sábado, 23 novembro 2024

Temporada de chuvas aumenta preocupação com novo vírus da dengue

Com a chegada da temporada de chuvas, aumenta a preocupação com a dengue. Dessa vez, a apreensão se dá também pelo retorno do vírus tipo 2, que está relacionado aos casos de dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypt, que voltou a ser detectado no estado de São Paulo.

 

De acordo com dados da Secretaria da Saúde do Estado, no ano passado esse vírus foi detectado em apenas seis municípios. Já nesse ano, 98 cidades já o registraram, principalmente nas regiões oeste, noroeste e central do Estado. Piracicaba, São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Araçatuba são algumas dessas localidades. “O paciente que já teve dengue do tipo 1 ou 3, quando pega o tipo 2, corre o risco de maior gravidade”, afirma Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria.

 

Segundo o coordenador da Vigilância Ambiental de Americana, Antônio Jorge da Silva Gomes, na cidade ainda não foi registrado nenhum caso de dengue tipo 2. “Porém, causa preocupação a reintrodução de um sorotipo que há mais de dez anos não circula na região, pelo fato da possibilidade de haver uma maior população suscetível”, diz.

 

Boulos explica que na epidemia de 2015, quando foram confirmados 678.031 casos e 510 mortes no Estado de São Paulo, prevaleceu o vírus do tipo 1.

 

Dessa vez, além do retorno do tipo 2, outro fato que coloca as cidades paulistas em alerta é o aumento de 102% do número de casos, no geral. A Secretaria da Saúde do Estado informou que, de janeiro a setembro deste ano, foram 9.332 pessoas doentes, já em todo o ano de 2017 o total foi de 4.611 casos.

 

Em Campinas, o número de casos subiu 96,9% entre janeiro e o início de outubro de 2018, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Prefeitura.

 

Em Americana, essa tendência não foi registrada. Dados da Vigilância Ambiental indicam que até ontem foram 120 casos suspeitos e 13 confirmados. E todos estão concentrados nos bairros Cidade Jardim, Iate Campinas, Jardim da Balsa, Jardim das Flores, Jardim Gloria, Jardim Progresso, Parque Novo Mundo, Remanso Azul, São Domingos e Vila Rehder.

 

Em 2016, foram 1.775 suspeitos e 1068 confirmados e em 2017 foram 407 casos suspeitos e 18 confirmados.

 

Gomes informa que todo trabalho educativo e de orientação realizado na cidade é voltado para os cuidados quanto à eliminação de criadouros.

 

“O programa tem um fluxo natural preconizado pelo Ministério da Saúde onde são trabalhadas praticamente todas as áreas de planejamento, casa a casa, com visitas, vistorias e orientações”, ressalta.

 

Ele explica, ainda, que pontos estratégicos, como borracharias, comércio de sucatas e recicláveis e floricultoras, e também imóveis especiais, como escolas, hospitais, grandes indústrias e unidades de saúde, são permanentemente visitados.
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