Quem ainda não está imunizado contra a febre amarela tem mais uma chance – fora dos dias úteis – de garantir proteção neste sábado (29), quando a rede pública de Saúde promove um “Dia D” de vacinação contra a doença. Postos de saúde nas maiores cidades da região, como Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Hortolândia, por exemplo, estarão abertos em esquema de plantão para aplicação das doses.
A vacina é recomendada – uma única vez na vida – a todas as pessoas entre nove meses de idade a 59 anos. Acima de 60 anos, é necessário que a pessoa esteja em bom estado de saúde e não apresente sistema imunológico comprometido, seja por uso de medicamentos ou algum agravo de saúde.
Não há indicação de imunização para grávidas, mulheres amamentando crianças com até seis meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticóides em doses elevadas (como por exemplo Lúpus e Artrite Reumatoide). A vacina também é contraindicada em pessoas com histórico de alergia a ovo e derivados.
Devem consultar o médico sobre a necessidade da vacina os portadores de HIV positivo, pacientes com tratamento quimioterápico concluído, e os transplantados.
Atualmente, todo território paulista é considerado área de risco e, portanto, com recomendação de vacina.
A diretora de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde, Helena Sato, destaca que a imunização é a principal forma de proteger contra a febre amarela. “Por isso, é imprescindível que todas as pessoas ainda não imunizadas aproveitem essa campanha e tomem a vacina”, disse.
Nos dois últimos anos, mais de 21 milhões de pessoas foram vacinadas em São Paulo, número três vezes maior que o total de doses aplicadas na década anterior – 7 milhões entre 2006 e 2016. “Temos trabalhado intensamente, nos últimos três anos para enfrentar a febre amarela no Estado. Realizamos campanha em 2018 e ampliamos a recomendação da vacina para todo território. Melhorar a cobertura vacinal é fundamental para a prevenção”, diz a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, Regiane de Paula.
NA REGIÃO
A Secretaria de Saúde de Americana confirmou a abertura de três UBS (Unidades Básicas de Saúde) no sábado, das 8h às 17h: UBS do Zanaga II, do São Vito e do Jardim São Paulo. A orientação é para que as pessoas se dirijam até um desses postos, de preferência com a carteira de vacinação. Quem não lembra se já foi vacinado alguma vez na vida, pode procurar a unidade de saúde e garantir a proteção.
Em Santa Bárbara, os postos médicos dos bairros Boa Vista, Vista Alegre, São Francisco, Planalto do Sol 2, Esmeralda, Europa e Mollon funcionarão das 7h às 13h.
Em Hortolândia, a UBS do Jardim Nova Hortolândia estará com a sala de vacina aberta das 8h às 16h.
Nova Odessa está fora da campanha de sábado, por ter menos de 100 mil habitantes. Para essas cidades menores, a vacinação segue em esquema normal durante a semana.
DOENÇA APRESENTA ALTO ÍNDICE DE LETALIDADE
A febre amarela é infecciosa, transmitida por meio da picada de mosquitos infectados (entre eles o Aedes aegypti), podendo afetar humanos e animais, como primatas. Há duas formas distintas: silvestre e urbana, sendo a última a mais grave em aspectos clínicos e de disseminação.
Os principais sintomas são febre, calafrios, dor de cabeça, dores no corpo, fadiga, náuseas e vômitos. As manifestações clínicas incluem insuficiência hepática e renal, podendo evoluir para óbito.
No ano de 2018, foram confirmados 504 casos autóctones em várias regiões do Estado; destes, 176 evoluíram para o óbito, caracterizando uma letalidade de 35%.
De primeiro de janeiro de 2019 até 3 de junho, data da último balanço, foram notificados 545 casos suspeitos da doença nas cidades paulistas. Destes, 12 evoluíram para o óbito, caracterizando uma letalidade de 18,2%. Na região, o caso mais próximo foi em Serra Negra, com uma notificação.
Em relação à ocorrência da doença em primatas, desde janeiro de 2019 houve notificações de 480 casos em 118 municípios de São Paulo, sendo que em seis foi confirmada a circulação do vírus, com 14 animais positivos para febre amarela. Campinas teve a confirmação de um macaco com a doença.