Número de MEIs aumenta na Região Metropolitana de Campinas

Segundo levantamento do Sebrae-SP com base nos dados da Receita Federal, nos últimos cinco anos, o número de Microempreendedores Individuais cresceu 55% na RMC (Região Metropolitana de Campinas. Os números apontam que o maior crescimento ocorreu entre 2020 e 2021, durante a fase da pandemia de Covid-19 e desde então a quantidade de empreendedores continua aumentando a cada ano.

O MEI (Microempreendedor Individual) é um modelo empresarial simplificado para autônomos e pequenos empreendedores. Ao abrir uma MEI, o profissional que deseja trabalhar por conta própria passa a ter um CNPJ e, assim, pode emitir notas fiscais, além de contar com direitos de uma pessoa jurídica, como aposentadoria, auxílio-doença e auxílio-maternidade.

Para o gerente regional do Sebrae-SP em Piracicaba, Fábio Gerlach, algumas áreas de negócios vêm crescendo muito nos últimos anos. “A gente observa dentro dos microempreendedores individuais dos MEIS, um crescimento mais acentuado por setor em serviços, depois comércio, indústria e agro. Percebemos que, principalmente dentro da área de serviços, a questão da estética e beleza, como manicure e pedicure e cabeleireiros, seguido por comércio varejista de roupas, principalmente acessórios, e depois promoção de vendas. Essas são os crescimentos por setor e por atividade.” comenta o gerente.

Os dados mostram que o aumento percentual entre 2020 e 2021 foi de 19%, o maior dos últimos cinco anos. Nos anos seguintes, o número de MEIs continuou crescendo, mas em um ritmo mais lento, com alta de 14,5% em 2022, 8% em 2023 e 5,3% em 2024. Os dados são referentes ao número de MEIs no último dia do mês de setembro de cada ano.

“A estrutura jurídica e tributária de um MEI é a mais simples de todas e não tem muitas barreiras à entrada, o que não quer dizer que um empreendedor que abre o MEI, não tenha que ter todo o cuidado como qualquer outro tipo de empresa. Então, a primeira coisa é a simplicidade da figura do MEI. Depois a gente começa a observar o movimento pós-pandemia, quando as pessoas também começaram a abrir MEIs por conta de gerar uma renda. Muitos haviam perdido seus empregos e, por fim, a gente também observa esse crescimento que foi mais acentuado logo após a pandemia, um ano e meio, dois anos depois, mas também como opção profissional ou até para você entrar no mercado formal com uma figura simples como é o MEI”, explica o gerente.

Esse crescimento mostra que, além de estarem sendo abertas novas empresas, elas estão permanecendo em funcionamento e que de alguma forma os empreendedores vêm se preparando melhor para começar um negócio.

“A gente tem feito um trabalho há bastante tempo com relação à preparação, capacitações e treinamentos, mas tem um movimento que, até nas redes sociais, a gente percebe que é a das conexões. Então, há muito mais empresários procurando pontos de conexão com outros empresários ou com outras entidades. Isso ajuda a olhar o seu negócio não só do seu ponto de vista, mas do outro e aí você acaba se preparando mais. A disponibilidade de informações e conhecimento é muito grande, os empreendedores têm muito mais acesso do que tinha tempos atrás. Temos sim uma percepção, claro que aí depende muito do empreendedor, a gente percebe segmentos que muitas vezes são vocações de um determinado município, mas que, de uma certa forma, o ambiente hoje é muito mais preparado, adequado para o desenvolvimento de um negócio”, diz Fábio Gerlach.

Para as pessoas que estão pensando em empreender ou querem dar um upgrade nos negócios, o Sebrae-SP pode ajudar com capacitações e treinamentos.

“Podemos pensar que essas necessidades de pequenos negócios, elas podem ser divididas em três partes. A primeira, é a capacitação de mão de obra, que não é uma ação do Sebrae, é do Senai, do Senac e do Senar. Depois tem uma demanda que é de inovação em tecnologia, onde o Sebrae vai no mercado, às vezes, faz aquisição de produtos e serviços, disponibiliza para os pequenos negócios, já que também é uma agência, o Sebrae funciona como uma agência de desenvolvimento. E por fim, gestão, que é o que de fato a gente faz como atividade principal. Marketing, finanças, acesso a novos mercados, acesso a crédito, acesso a oportunidades diversas de conexões, programas e projetos que podem levar os empreendedores não só a desenvolver o seu próprio negócio, mas também a desenvolver grupos, associações, com as quais nós temos inúmeras parcerias e oportunidades para oferecer para os pequenos negócios”, afirma Fábio Gerlach.