Uma nova tentativa de fuga em massa de presos foi registrada no CPP (Centro de Progressão Penitenciária) Ataliba Nogueira, no Complexo Penitenciário Campinas-Hortolândia, às 22h10 desta terça-feira (17). Os presidiários só não conseguiram escapar porque a equipe do 1° Pelotão de Força Tática e o Comando de Força Patrulha conversavam com o diretor geral Márcio Vieira, no momento da fuga e os policiais conseguiram conter os detentos.
Esta foi a segunda investida de detentos do complexo em menos de três dias. Na segunda-feira (16), detentos deste mesmo CCP e da Penitenciária 1 de Hortolândia também tentaram aderir às fugas em massa registradas no Estado, mas sem sucesso.
Segundo informações do 48º Batalhão da PM de Sumaré, de imediato foi realizado o cerco ao estabelecimento e alguns presos já conseguiam ultrapassar a área de segurança externa. Eles haviam arremessado as chamadas “teresas” – cordas feitas de tecidos – nas muralhas, para escalar os muros.
Foi utilizada uma espingarda calibre 12 com munição de impacto controlado – com balas de borracha – para frustrar a tentativa de fuga. Quatro presos foram atingidos pelos disparos de balas de borracha, foram contidos e capturados entre a muralha e a área de segurança, informou o 48º Batalhão.
Com isso, os demais detentos retornaram aos pavilhões. Os feridos apresentaram escoriações e lesões em virtude da escalada e porque se enroscaram nas cercas de arame farpado, que estão em volta das muralhas. Eles foram atendidos na enfermaria.
“Em contato com diretor de disciplina, senhor L.F. R. A., que informou que, devido o número reduzido de agentes penitenciários, os presos recapturados serão apresentados na delegacia de polícia no período da manhã, para adotar as providências cabíveis quanto à tentativa de fuga”, traz nota da Polícia Militar.
SOLTOS
Na estatística da SAP não consta evasão de presos do CR (Centro de Ressocialização) de Sumaré, na segunda-feira. Mas o presidente do Sindespe (Sindicato dos Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária do Estado de São Paulo), Antônio Pereira Ramos, informou que três agentes ficaram feridos nesta unidade, 12 detentos fugiram e quatro foram recapturados. A SAP não confirma esses dados.
No último boletim divulgado na manhã desta quarta-feira, a SAP informou que 645 presos dos 1.375 fugitivos foram recapturados após intervenção rápida da Polícia Militar, que continua fazendo buscas com apoio de agentes de segurança penitenciária para tentar localizar os outros 730 que tinham evadido dos Centros de Progressão Penitenciária de Mongaguá, Tremembé e Porto Feliz.
Todas as unidades abrigam apenas presos em regime semiaberto, que é o preso que tem a possibilidade de sair para trabalhar ou estudar durante o dia e retornar, e que por lei tem direito a cinco saídas temporárias por ano.
As fugas começaram depois que o governo do Estado anunciou a suspensão da Saidinha de Páscoa. Segundo a SAP, a medida foi necessária, pois o benefício contemplaria mais de 34 mil sentenciados do regime semiaberto que, retornando ao cárcere, teriam elevado potencial para instalar e propagar o coronavírus em uma população vulnerável, gerando riscos à saúde de servidores e de custodiados.
Números de recapturados e evadidos na segunda-feira (16)
Unidade Capturados EvadidosMongaguá 206 563
Tremembe 116 218
Porto Feliz 323 594
Fonte: SAP