Médico da Prefeitura de Americana, o infectologista Arnaldo Gouvea citou a dificuldade em manter a quarentena restrita durante um tempo estendido e avalia que o município fechou o comércio quando ainda não precisava.
“Como disse na época, de uma certa forma queimamos a largada, fechamos no momento que não tinha casos e ocupação hospitalar para desencadear quarentena aqui. Foi uma medida de cima pra baixo, do Estado. Na época, a avaliação foi: estamos entrando cedo na quarentena, vamos acabar saindo cedo e ter que entrar de novo, que foi o que se efetivou”, afirmou.
Gouvea continua o raciocínio. “Saímos da quarentena quando a situação estava melhorando lá na capital e na Grande São Paulo, aqui não. Aqui na região estava em curva de crescimento”. Para o médico, a volta da quarentena mais restrita vai demandar sacrifício dos pequenos comerciantes. “É o efeito colateral ruim da quarentena, que vai ser ampliado por a gente ter entrado na quarentena lá atrás antes da hora”.
O infectologista afirma não acreditar que a flexibilização ocorrida em junho impactou no aumento de casos. “Já estava na curva de crescimento, ia acontecer de qualquer maneira”, opinou. O médico aponta o aumento de casos diários como uma preocupação, e torce para que o fechamento do comércio auxilie no desafogo na cidade.
“Me parece que Americana está chegando em um teto de casos diários e colocando um estresse (sobrecarga) importante na rede pública e privada. Esperamos que isso depois de duas ou três semanas se alivie, para que a gente volte pra fase laranja e depois volte lentamente para uma vida mais próxima do normal”, comentou.