“Fomos esquecidos”. O grito de socorro é de Meire Nicolussi, proprietária do Zuá Zuô, buffet infantil localizado no Parque das Nações, em Americana. “Segue vedado o atendimento presencial nos buffets, salões de festa e espaços de eventos infantis” aponta decreto de 9 de outubro do prefeito Omar Najar (MDB).
O mesmo decreto assinado por Omar, feito assim que a região avançou à fase verde do Plano São Paulo do governo do Estado, permitiu a volta do funcionamento de buffets e salões de evento, com os protocolos sanitários semelhantes aos de restaurantes e bares. O que gerou revolta nos donos de buffets infantis de Americana.
“Nós estamos impedidos de trabalhar. Estamos todos falindo, a gente depende disso para sobreviver. Os clientes voltaram a fazer orçamento, mas não temos apoio e não sabemos nem data de retomada”, desabafa Meire.
Segundo ela, um grupo do segmento procurou ajuda do poder público. “Um joga para o outro e ninguém nos ajuda. Fomos os mais prejudicados e ninguém fala do nosso setor. Estamos há mais de sete meses parados. Mas as contas não pararam”, lamenta Meire, que diz que “quatro ou cinco” buffets não aguentaram e fecharam durante a pandemia.
Americana é o único município da região que vetou a reabertura do segmento. A reportagem questionou a prefeitura, mas o Executivo não respondeu.
Proprietária de buffet infantil de Santa Bárbara, que não quis ser identificada, conta que apesar da reabertura, a procura ainda está longe do ideal para recuperar o tempo fechado.
“Tem gente querendo, mas acontece o seguinte: ou medo de fazer festa e ser julgado como insensível, ou medo de fazer festa e alguém se contaminar. O povo está assustado, precisam voltar a ter confiança”, afirma.
Para ela, a reabertura em Americana pode ajudar a alavancar o setor em Santa Bárbara. “É uma situação difícil de reverter. Ainda mais com a cidade vizinha ainda proibida. Se não libera a gente também fica prejudicado, é uma das principais cidades da região”, diz.
A Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana) informou que está em sintonia com a prefeitura e que caminha junto com as decisões do Executivo, mas vê possibilidade de retomada do setor também. “O que estamos percebendo é que podemos sim aderir a ideia dos buffets voltarem a funcionar”, disse o presidente Wagner Armbruster.
“Porém, guardando todas as orientações de protocolos de saúde que são utilizados pelos restaurantes. Cuidando que haja adaptações para os brinquedos. Voltar a funcionar é uma urgência necessária visto que o setor de eventos tem também que sobreviver”, completou o presidente da Acia.