A Agemcamp (Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas) vai protocolar, junto ao governo paulista, uma moção exigindo que o edital para a construção do TIC (Trem Intercidades) – previsto para este ano no trecho São Paulo-Campinas – obrigue desde já o vencedor da licitação a assumir também os investimentos para a expansão do projeto até Americana, no ano seguinte.
O diretor executivo da Agemcamp, o americanense Antônio Carlos Sacilotto, tomou a decisão ontem, depois de receber ontem em Campinas – durante reunião com lideranças do Poder Executivo da RMC – o secretário executivo da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, Paulo Galli.
RMC | Sacilotto e Galli
O secretário Galli explicou detalhes já definidos do projeto do Trem Intercidades a prefeitos e secretários.
A União, o Estado e as concessionárias da malha ferroviária (Rumo Logística e MRS Logística) definiram a troca de áreas dominiais para o transporte de cargas e passageiros, assim como os investimentos necessários para eletrificação e adequações.
No trecho entre São Paulo e Francisco Morato (entre a Capital e Jundiaí), já opera a linha rubi da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Pela parceria, as empresas de carga vão assumir o transporte de passageiros já consolidado, que vai garantir aos administradores da malha o retorno dos investimentos.
Entre Francisco Morato e Campinas, o projeto ainda depende de adequações técnicas, definição das paradas e das regras de compartilhamento da malha.
DINHEIRO
O pacote citado no edital deste ano vai exigir investimentos estruturais de cerca de R$ 7 bilhões. Além da adequação da malha, o concessionário vai assumir gastos com locomotivas híbridas, vagões novos, reformas de estação.
A expansão para Americana, confidenciou o secretário em conversa reservada com Sacilotto, custaria outros R$ 4 bilhões. É que o trecho entre Campinas e Americana só conta com uma linha. “O gasto é alto para um trecho tão curto. Para evitar que a contratada desista, a gente quer que o trecho até Americana conste no contrato da primeira fase”, disse Sacilotto.
A ele, se juntam lideranças como o prefeito de Nova Odessa, Bill Souza (PSDB), que cito u na reunião o risco de a concessionária desistir de investir na etapa onerosa.
ANEL FÉRREO
Técnicos do Estado e da União já sugerem – como adiantou o TODODIA ontem – a construção de um anel ferroviário a partir de Campinas, para tirar da zona urbana todas as composições de carga.
A linha já existente – que atravessa a região central da cidade – seria usada exclusivamente pelo trem de passageiros, com investimentos menores em desapropriações para a instalação de um novo traçado férreo paralelo.
É certo que a única linha existente não comporta o transporte simultâneo de cargas e passageiros.