sexta-feira, 22 novembro 2024

Coronavírus afeta firmas da região

As indústrias de tecnologia da região já sentem os efeitos da epidemia de coronavírus na China. A fabricante de eletrônico Samsung, de Campinas, suspendeu temporariamente sua produção no final da última semana, alegando falta de componentes para a montagem dos aparelhos celulares e outros eletrônicos. As peças são importadas da China.

A mesma razão paralisou a linha industrial da Flextronics, fabricante de celulares Motorola, em Jaguariúna.

A Flextronics vai adotar férias coletivas, sem prejuízo aos trabalhadores. De acordo com José Francisco Salvino, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, o recesso começou ontem, e deve se prolongar até o dia 26.

Ele estima que 80% dos 2,2 mil trabalhadores da fábrica devem deixar o trabalho ao longo dos próximos dez dias.

De acordo com Eliezer da Cunha, diretor do sindicato, cerca de 2,5 mil trabalhadores deixaram de trabalhar na Samsung, e firmaram um acordo para compensar as folgas (atuais e futuras) trabalhando aos sábados.

A produção pode ser afetada em outras empresas de tecnologia, ao longo dos próximos dias, pelas projeções do sindicato. O governo chinês estabeleceu um recesso na tentativa de controlar o vírus na província afetada, e as empresas locais deixaram de produzir e exportar.

Dados da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) mostram que a China é a principal origem das importações de componentes do Brasil, e que 52% das empresas do setor já tiveram algum problema com recebimento de material chinês.

O Brasil não é o único prejudicado. De acordo com dados da consultoria norte-americana Oxford Economics, as exportações chinesas são responsáveis por 10% da produção mundial de eletroeletrônicos.

Além dos bens acabados, a China também vende chips, circuitos integrados e componentes, motores, geradores, transformadores elétricos, semicondutores, máquinas e peças.

São afetados desde os produtos da linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar), à linha marrom (equipamentos de áudio e vídeo) e eletroportáteis (como secadores de cabelo, sanduicheiras e ventiladores).

A retração acentuada da atividade industrial da China rompe as cadeias de produção e fornecimento no planeta todo. As entidades representativas do setor alegam que a instabilidade da cadeia logística desabastece o mercado. Existe a possibilidade de que os produtos eletrônicos fiquem mais caro devido à escassez de componentes, diante do desequilíbrio entre oferta e demanda.

CIDADES CHINESAS ESTÃO EM QUARENTENA

A região de Hubei é o epicentro do surto de coronavírus. A cidade de Wuhan, localizada na província, está em quarentena há três semanas.

Além dela, pelo menos dez outras cidades estão na mesma situação – com comércio, escolas e fábricas fechadas, uma tentativa de controlar o surto.

Mesmo em regiões que não estão em quarentena, eventuais suspeitas de contaminação têm levado ao fechamento total de indústrias até que se descarte um novo caso. O vírus já provocou a morte de 1,1 mil chineses.

CAMPINAS TEM SUSPEITA MONITORADA

O governo paulista anunciou sexta que monitora um caso suspeito do novo coronavírus (Covid-19) em Campinas. Trata-se de um homem de 33 anos, que está em isolamento domiciliar e tem histórico de viagem a Xangai, na China.

As amostras colhidas estão sendo analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz. Os parentes foram orientados a se prevenirem, como uso de máscaras, higienização das mãos e não compartilhamento de objetos pessoais.

Não há casos confirmados na doença no Brasil. Na região, já foram descartadas as três suspeitas de contaminação, em Paulínia e Americana.

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