sábado, 27 abril 2024

Impactos na indústria devem durar pelo menos três meses depois da retomada

Pesquisa do Ciesp-Campinas (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgada na terça-feira (28) revela que, para 90% dos empresários da região, os impactos negativos da crise provocada pela pandemia do coronavírus devem se prolongar por pelo menos três meses, a partir da retomada da produção. E, diante da expectativa nada animadora, eles tomam medidas para a contenção dos gastos e fazem reavaliações estratégicas.

O trabalho em home office, por exemplo, já foi adotado por 75,76% de todas as empresas. Os trabalhadores entraram em férias em 42,3% dos estabelecimentos, e a maior parte das empresas já negociam salários e jornadas.

Tudo na tentativa de se reduzir, ao máximo, o prejuízo causado pela queda violenta na demanda por produtos; pela falta de insumos e matéria-prima; e pela redução da oferta de capital de giro no sistema financeiro.

E o prognóstico pessimista tem uma explicação básica. Ainda que a produção seja retomada, o setor vai enfrentar novos hábitos de consumo e a resistência de muita gente que ainda vai ficar um bom tempo sem fazer compras ou sem sair de casa.

O diretor da Regional Campinas do Ciesp., José Nunes Filho, explica também que as dificuldades para obtenção de crédito se arrastam. Da mesma forma, os empresários não conseguem obter dos governantes a suspensão da cobrança de impostos.

De acordo com Nunes, o dólar no patamar atual também vai trazer mais dificuldades para a retomada do mercado em geral. E a expectativa da queda do PIB (Produto Interno Bruno) nacional em pelo menos 3% também deixa os empresários apreensivos.

“A grande preocupação do setor é manter os empregos”, afirmou o diretor à reportagem do TodoDia. “Sem emprego, é quebrada a roda da economia. O consumo cai, o comércio não progride, a produção industrial cai”, completou.

Exportações caem 14,8%

Alguns segmentos, mostram o relatório, estão mantendo os negócios e até crescendo, como os de alimentos, fármacos e químicos. Mas outros, como o automobilístico e eletroeletrônico, despencaram.

O cenário pode ser medido pelos números do comércio exterior da região durante o mês der março. As exportações da região foram de US$ 235 milhões, 14,8% a menos que o registrado no mesmo mês do ano passado. As importações foram de US$ 805 milhões, 1,5% maiores que as de março de 2019.

Na avaliação de Anselmo Riso, diretor de comécio exterior do Ciesp-Campinas, os efeitos da pandemia na balança comercial regional serão sentidos com mais intensidade nos próximos meses.

Fiesp elabora plano para a retomada

A Regional do Ciesp está disponibilizando gratuitamente para prefeituras e entidades dos mais diversos segmentos da região, o Plano de Retomada da Atividade Econômica Após a Quarentena.

O documento elaborado pela Fiesp tem 74 páginas, e traz em detalhes as diversas experiências de países com a pandemia e as orientações técnicas da OMS (Organização Mundial da Saúde).

O plano detalha os protocolos e normas sanitárias para diversos setores de atividades do comércio, serviços e indústria.

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