ELIAS AREDES | JAGUARIÚNA
Integrante da quarta divisão do Campeonato Paulista, o Jaguariúna Futebol Clube corre o risco de ser submetido pela segunda vez em um prazo de um ano a um processo de investigação por parte do MPT (Ministério Público do Trabalho). Isso porque o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo constatou que 13 atletas estavam nos alojamentos do clube em péssimas condições, além de não estarem recebendo salário há quatro meses. Os jogadores deixaram o clube, segundo o sindicato. Reportagens e documentos já foram encaminhados para a secretaria processual do MPT, que poderá abrir investigação nos próximos dias.
A investigação inicial aconteceu em maio do ano passado e envolvia garotos das categorias de base. O processo foi arquivado em fevereiro deste ano após o clube assinar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). Além disso, o Conselho Tutelar de Jaguariúna atestou que os jovens em formação não estavam sendo mais alojados no clube.
Para o diretor de relacionamento do Sindicato dos Atletas Profissionais, Mauro Costa, o caso não pode ser colocado em segundo plano. “Já pedimos que um advogado entre com um pedido de rescisão indireta de todos os jogadores e vamos denunciar o problema a todos os órgãos competentes. Se possível, a Federação, CBF e Fifa”, afirmou o dirigente sindical. “Está tudo caracterizado como maus tratos”.
Segundo Costa, o presidente do Jaguariúna, William de Souza Silva, o Zidane, teria alegado que estava “tudo em ordem”, apesar de nunca ter apresentado qualquer documento ou prova de que a regularidade é real. “Temos vídeos e fotos dos meninos sem comida e antecedentes de garotos colombianos que ele colocou na rua e depois resgatamos”, disse Costa.
O sindicato afirmou ainda que pagou as passagens para que os 13 jogadores pudessem voltar para suas famílias.
OUTRO LADO
Em contato com a reportagem, o presidente do Jaguariúna, William Souza, o Zidane enviou fotos que comprovariam que as instalações estavam regulares. “Fizemos questão de receber logo no dia seguinte da publicação das matérias cheias de inverdades publicadas na imprensa. Na verdade, assim como nós, a imprensa foi vítima da desinformação e da manipulação de fatos, mas a verdade sempre aparece”, disse o presidente do Jaguariúna.
O presidente afirmou que ainda que após banir os empresários e a comissão técnica responsáveis pelos desacertos, o clube já tomou todas as providências judiciais para reparar os danos causados aos seus interesses, que” são os interesses de toda a comunidade”.