O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (24) um decreto de proibição de circulação de pessoas das 23h às 5h, a partir da próxima sexta (26). A medida vale para todo o Estado de São Paulo até o dia 14 de março.
Em coletiva, o governador afirmou que a medida é necessária diante do recorde de internações por Covid-19 no Estado, com 6.657 pacientes em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O objetivo, segundo Doria, é frear a disseminação do vírus. O decreto foi recomendado pelo Centro de Contingência do Coronavírus.
Nesse período de restrição, o Estado montará uma força-tarefa de fiscalização, unindo equipes da vigilância municipal e estadual, bem como a Polícia Militar e o Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumido) do Estado.
Na coletiva, o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, Dr. Paulo Menezes, disse que, se medidas restritivas não fossem tomadas agora, nesse ritmo de proliferação e aumento de internações, o Estado teria um colapso na saúde em 22 dias.
“Nós tínhamos uma preocupação com o período do Carnaval, tomamos medidas para que não houvessem aglomerações. Grande parte da população respondeu a esse apelo e às medidas, mas infelizmente, na última semana, estamos observando um aumento importante no número de novas internações. Sem medidas mais restritivas, com esse crescimentos, em 22 dias o estado poderia esgotar o número de leitos de UTI”, disse.
Além do Carnaval, Menezes disse que esse aumento pode estar ligado também à introdução de variantes do coronavírus, especialmente a de Manaus.
NA PRÁTICA
As medidas que valem a partir de sexta miram, especialmente, as festas clandestinas e aglomerações de pessoas em festas particulares.
“O funcionamento dos serviços essenciais não muda com esse toque de restrição, mas haverá uma fiscalização mais dura quando estão aglomeradas em festas ou em grupos. A abordagem que será feita será para entender o contexto que a pessoas está na rua”, afirmou a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado, Patrícia Ellen.
O governador João Doria esclareceu que não se trata de “lockdown”, que seria uma proibição total de circulação.
“Não iremos punir ninguém que estiver voltando pra casa, o transporte não será interrompido. Não vamos penalizar alguém que trabalhou até 22h e pega condução pra casa, ele não será multado, não é essa pessoa que está rompendo com o Plano São Paulo, é um trabalhador. Estamos fazendo um toque de restrições, não é lockdown”, disse.
