sábado, 27 abril 2024

Julho começa com tarifaço para consumidores de São Paulo

Na terça-feira (29), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) definiu que a bandeira tarifária vermelha 2 passará de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) de julho até dezembro -um aumento de 52% 

O indicador mais caro de energia foi adotado por causa da crise hídrica, devido ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas ( Foto: Agência Brasil)

Boa parte dos brasileiros terá de preparar o bolso para os reajustes de tarifas que virão com o mês de julho. Energia, pedágio e saneamento têm aumentos previstos -o que deve pesar ainda mais nas despesas domésticas e impactar a inflação.

Na terça-feira (29), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) definiu que a bandeira tarifária vermelha 2 passará de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) de julho até dezembro -um aumento de 52%.

O indicador mais caro de energia foi adotado por causa da crise hídrica, devido ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, o que faz com que seja preciso usar mais usinas termelétricas, elevando o custo da energia.

Cálculo da FGV (Fundação Getulio Vargas) aponta que o reajuste de 52% na bandeira deve gerar um impacto médio de 8,12% na conta de luz dos consumidores, o que também ajudará a jogar ainda mais lenha na fogueira da inflação.

Em maio, a energia já foi o maior fator de pressão na inflação pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que fechou o mês em 0,83%. No acumulado de 12 meses, a alta chegou a 8,06%.

Uma estimativa da LCA Consultores aponta que a alta da bandeira deve fazer com que a inflação pelo IPCA encerre o ano em 6,4%, acima do teto da meta para 2021, de 5,25%.

A despesa maior com energia também deve fazer com que a indústria e o comércio repassem o aumento para os preços dos produtos vendidos ao consumidor.

Além do aumento da bandeira, a partir do dia 4, os cerca de 7,4 milhões de consumidores atendidos pela Enel Distribuição São Paulo terão aumento na conta de luz. O reajuste terá um percentual médio de 9,44%.

Para as residências, o reajuste médio será de 11,38%. Já para os clientes de média e alta-tensão, como a indústria ou grandes lojas do comércio, o índice aprovado foi de 3,67%.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo também apontou que usuários de planos médicos coletivos por adesão estão tendo de arcar com um reajuste anual em torno de 16%.

O aumento, além de ser o dobro da inflação em 12 meses, ocorre quando o reajuste esperado era de quase zero, pela queda de custos que houve no setor, com a redução de cirurgias e exames durante a pandemia.

Já os pedágios das rodovias paulistas vão ter reajuste acompanhando a inflação pelo IPCA. Os aumentos a partir desta quinta (1º) são de 8,05%, segundo autorização da Artesp (Agência Reguladora de Transporte).

O reajuste vale para rodovias administradas por 17 concessionárias pertencentes às três primeiras etapas do Programa de Concessões do estado.

Entre elas, estão CCR Autoban, AB Colinas, Ecovias, Rodovias do Tietê, CCR RodoAnel, Rota das Bandeiras, SPMar, ViaRondon e Tamoios.

Também foi autorizado o reajuste da concessionária Entrevias, que vai entrar em vigor na semana seguinte, no dia 6.

No fim de maio, as tarifas de gás encanado em São Paulo subiram até 40%, com o repasse do aumento de 39% promovido pela Petrobras no início daquele mês.

De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o gás de cozinha subiu, em média, 4,3% nas últimas quatro semanas, com preço médio de R$ 88,94. Na região Centro-Oeste, ele chega a custar R$ 130, e especialistas não descartam novos aumentos em todo o país. 

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