A União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) promoveu nesta sexta-feira (15) a campanha virtual #AdiaEnem nas redes sociais, para que o Ministério da Educação (MEC) reveja o cronograma do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por causa da pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19.
Conforme calendário do MEC, as inscrições para o exame ficam abertas até a próxima sexta-feira (22), e as provas presenciais ocorrerão no dia 1º de novembro (linguagens, códigos e suas tecnologias; redação; ciências humanas e suas tecnologias) e no dia 8 de novembro (ciências da natureza e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias).
O boleto de pagamento da taxa de inscrição (R$ 85) já está sendo emitido para os candidatos inscritos.
Para a Ubes, a manutenção desse calendário prejudica especialmente os estudantes que tiveram aulas interrompidas e não têm acesso à internet em casa ou a outros recursos para aprendizagem remota. “Muitos não têm condições de se preparar para a prova”, lembra a presidente da entidade, Rozana Barroso.
Segundo a Ubes, por causa da indisponibilidade de meios, a educação a distância não é alternativa para estudantes das periferias e da zona rural e também indígenas. A entidade ressalta que “adiamento não é cancelamento” e que cerca de duas dezenas de países já anunciaram o adiamento dos seus exames para ingresso nos cursos superiores.
Ontem (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu ao presidente Jair Bolsonaro o adiamento da aplicação de provas do Enem. “Um pleito importante que eu fiz ao presidente, e ele ficou de avaliar, disse que é muito importante e que havia uma demanda muito grande da Câmara, é o adiamento do Enem. Ele ficou muito sensível, ficou de avaliar e dar uma resposta”, disse Maia.
De acordo com o Ministério da Educação, mais de 3 milhões de pessoas inscreveram-se até o início da tarde de hoje para fazer as provas do Enem. Mais de 2,95 milhões de pessoas optaram por fazer a prova escrita e 99,6 mil se inscreveram para a versão digital.