quarta-feira, 5 fevereiro 2025

Sargento preso confessa que pilotou aeronave que caiu em MT com cocaína

Alberto Ribeiro Pinto Júnior, 45,é do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro foi flagrado ateando fogo na mata

Helicóptero com aproximadamente 300 kg de cocaína caiu na região do Pantanal, em Poconé (MT) – Foto: Ciopaer/MT

Alberto Ribeiro Pinto Júnior, 45, terceiro sargento do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, foi preso nesta quarta-feira (4) suspeito de pilotar o helicóptero caiu em uma fazenda em Poconé (MT), região do Pantanal Mato-Grossense, durante transporte 280 quilos de cocaína. O helicóptero foi localizado no último domingo (1), e no local não havia ninguém. A Polícia Federal informou nesta quinta-feira (5) que o sargento confessou ter sido piloto do veículo.

Ele foi flagrado ateando fogo na mata e detido por uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso, que foi acionada para apagar o incêndio. A Polícia Federal investiga a quem pertencia a droga, avaliada em R$ 6,9 milhões.

Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), consta no RAB (Registro Aeronáutico Brasileiro), o helicóptero de prefixo PT-RMM, modelo R44 II, do fabricante Robinson Helicopter, está registrado como de propriedade e para ser operado por Ronney José Barbosa Sampaio, papiloscopista da Polícia Civil do Distrito Federal.

A aeronave estava em situação irregular para voos, com o CVA (Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade) vencido desde 24 de novembro de 2017, mas mesmo assim foi utilizada nos últimos dias.

O sargento foi autuado em flagrante, na tarde de ontem, pelos crimes de incêndio em lavoura ou pastagem e corrupção ativa. Durante a prisão, o homem, segundo a polícia, tentou oferecer dinheiro aos militares para que ele fosse liberado antes de chegar à delegacia de Polícia Civil de Poconé. O investigado está preso no presídio do município de Chapada dos Guimarães (MT).

Prisão temporária

Além da prisão em flagrante, na noite de ontem, a Justiça de Mato Grosso decretou a prisão temporária do investigado de envolvimento com o tráfico de entorpecentes. O pedido de prisão foi representado pela Polícia Federal, que investiga o crime de tráfico de drogas relacionado à grande quantidade de cocaína apreendida no helicóptero que caiu.

A apreensão da aeronave e da droga ocorreu durante uma ação conjunta entre a PF (Polícia Federal) com policiais lotados em Mato Grosso e no Paraná, o Ciopaer/MT (Centro Integrado de Operações Aéreas) e o Gefron/MT (Grupo Especial de Segurança na Fronteira), no domingo (1). As forças de segurança realizavam uma operação de enfrentamento ao tráfico de drogas pelo modal aéreo.

Desde então, quando a droga e o helicóptero foram localizados, a polícia estava a procura do piloto para descobrir a quem pertence o entorpecente.

De acordo com a Polícia Civil de Mato Grosso, uma equipe do Corpo de Bombeiros inspecionava a área de foco do incêndio nas proximidades dos destroços do helicóptero, quando encontraram o sargento deitado no chão, bastante sujo e debilitado, por estar com fome e sede.

Contradições

“Questionado, ele alegou que foi até o local para buscar peças do veículo, apresentando várias contradições. Durante o trajeto para a Delegacia de Poconé, o piloto fez propostas aos integrantes do Corpo de Bombeiros, tentando negociar a sua liberação”, informou a polícia.

Ele foi interrogado pelo delegado Maurício Pereira Maciel, titular da delegacia de Poconé, e autuado em flagrante pelo crime de incêndio, “uma vez que pelas circunstâncias e objetos encontrados com ele, presumiu-se que foi ele que colocou fogo na área, e também pela corrupção ativa.”

“Era por volta das 21 horas, quando os policiais de Poconé estavam chegando com o suspeito no presídio de Chapada do Guimarães, e recebemos a notícia da expedição do mandado de prisão, relacionado as investigações da apreensão do entorpecente que estava no helicóptero que o suspeito pilotava”, contou o delegado.

O sargento segue preso. Durante oitiva, ele confessou ser o piloto do helicóptero que caiu ao fazer o transporte de 280kg de cocaína, segundo a Polícia Federal. Até agora, o homem não apresentou advogado para fazer a defesa dele. O UOL tentou contato com o papiloscopista durante a manhã de hoje, mas as ligações não foram atendidas. Até a publicação deste texto, ninguém retornou aos telefonemas

Ainda, segundo a PF, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes foi informada sobre a prisão do suspeito e, com base nas informações obtidas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso e da Polícia Civil de Mato Grosso, representou pela prisão temporária dele.

A polícia informou que mediante consultas à Anac, verificou-se que o homem possui licença de PCH (Piloto Comercial de Helicóptero), desde 15/10/2012, e habilitação vencida para pilotar o modelo de helicóptero acidentado.

A PF destacou ainda que as investigações continuam em andamento para desarticular toda organização criminosa.

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