Pesquisadores alertam que o país está em um novo patamar desfavorável para a emergência climática
Organizações ambientais afirmam que os dados sobre desmatamento na Amazônia publicados nesta Sexta-feira (6) demonstram que a devastação no bioma continua fora de controle no governo Bolsonaro.
O Brasil teve o segundo pior ano de desmatamento na Amazônia na série histórica recente, com início em 2015-2016, do Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O maior registro até agora pertence ao período de 2019-2020.
De agosto de 2020 a julho de 2021, foram derrubados cerca de 8.712 km² de floresta, queda de aproximadamente 5% em relação aos 9.216 km² do período anterior. Os dados referentes ao último dia de julho ainda não foram divulgados pelo Inpe, mas eles não devem provocar grandes alterações na situação.
O Observatório do Clima, rede com 66 organizações não governamentais e movimentos sociais, afirma que falta ao Brasil uma política de combate ao desmatamento, ao mesmo tempo em que o governo Bolsonaro desmonta a governança ambiental.
“Nem mesmo o general Hamilton Mourão, comandante do Conselho da Amazônia, conseguiu comemorar o recuo de 5,4% na área de alertas em relação a 2020. Há poucas semanas ele havia prometido à imprensa que o desmatamento cairia 10% e na Segunda-Feira (2) declarou que não cumpriria a meta. No ano passado, a embaixadores estrangeiros, foi ainda mais otimista: prometeu 15% de queda”, diz, em nota, o Observatório do Clima.
“Nem mesmo o general Hamilton Mourão, comandante do Conselho da Amazônia, conseguiu comemorar o recuo de 5,4% na área de alertas em relação a 2020. Há poucas semanas ele havia prometido à imprensa que o desmatamento cairia 10% e na Segunda-Feira (2) declarou que não cumpriria a meta. No ano passado, a embaixadores estrangeiros, foi ainda mais otimista: prometeu 15% de queda”, diz, em nota, o Observatório do Clima.
O Greenpeace aponta que “os órgãos ambientais seguem enfraquecidos, enquanto o Congresso atua como aliado do governo no desmonte ambiental, discutindo e aprovando mudanças danosas na legislação, como o PL 2633/2020, aprovado esta semana na Câmara dos deputados”.
O Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) alerta que um novo e elevado patamar de desmatamento foi estabelecido. “É a primeira queda em três anos, mas há risco de que a redução seja espasmódica, pois não há, em longo prazo, um plano estruturado para reduzir a destruição florestal e acabar de vez com o desmatamento ilegal”, diz o instituto.
O instituto também aponta o avanço do desmate em áreas públicas não destinadas, o que aponta processos de derrubada ilegal de vegetação e de grilagem de terras.
O Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) alerta que um novo e elevado patamar de desmatamento foi estabelecido. “É a primeira queda em três anos, mas há risco de que a redução seja espasmódica, pois não há, em longo prazo, um plano estruturado para reduzir a destruição florestal e acabar de vez com o desmatamento ilegal”, diz o instituto.
O instituto também aponta o avanço do desmate em áreas públicas não destinadas, o que aponta processos de derrubada ilegal de vegetação e de grilagem de terras.
A WWF-Brasil diz que enfraquecimento na fiscalização ambiental e estímulo à grilagem levam a mais um ano com altos índices de desmatamento, e que, às vésperas da divulgação de um novo relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), os dados de desmate “comprovam que o governo Bolsonaro colocou o país na contramão do que é preciso fazer para combater a emergência climática”.
O desmatamento é a principal fonte de em emissões de gases-estufa do Brasil.
O desmatamento é a principal fonte de em emissões de gases-estufa do Brasil.
Próximo ao fim deste ano, devem ser divulgados dados agregados de desmatamento capturados pelo Prodes, sistema também do Inpe e com maior acurácia que aponta as taxas oficiais de desmatamento que são usadas pelo governo para planejamento de ações.
O Deter é um sistema usado para auxiliar as políticas de controle de desmatamento, mas seus dados também podem ser utilizados para observar as tendências de crescimento ou redução do desmate durante o ano.