quarta-feira, 27 novembro 2024

Sérgio Reis cancela CD após repercussão de comentários antidemocráticos

  Vários artistas que participariam da gravação desistiram do projeto

Sérgio Reis é alvo de investigação da Polícia Federal – Antonio Cruz/Agência Brasil

Filho de Sérgio Reis, Marco Bavini afirmou que o álbum de parcerias do pai com outros músicos foi cancelado após a onda de insatisfação pelos comentários antidemocráticos do cantor sertanejo. Depois dos áudios vazados, Reis virou alvo de uma investigação da Polícia Federal.

Bavini estava envolvido na produção do disco havia quase cinco anos, mas decidiu suspender o projeto em meio à debandada de artistas que já tinham gravado suas participações. Cantores como Zé Ramalho, Maria Rita e Guilherme Arantes desautorizam as suas participações. Paula Fernandes foi a única que pretendia continuar no projeto.

“Parei o trabalho. Eu que gravei, escolhi o repertório e vinha produzindo há muito tempo, inclusive. Meu mundo é musical e o trabalho saiu desse ambiente. Então, parei o projeto. Não tive escolha”, disse Bavini.

O produtor lamenta a atual situação e diz como o pai está lidando com este processo: “Com tristeza, assim como eu”. De acordo com ele, muitos artistas entraram em contato e disseram que não gostariam mais de participar do disco, mas nem todos.

“Outros não falaram comigo e fiquei sabendo por post de internet que as pessoas começaram a nos enviar. Por conta disso, não existe mais CD”, afirmou Bavini.

O sertanejo afirmou, em entrevista a Roberto Cabrini no “Domingo Espetacular”, da RecordTV, ter ficado triste e com a saúde abalada devido ao episódio, e pediu desculpas. Chamando a pessoa que teria vazado o conteúdo de “amigo da onça”, o cantor seguiu se arrependendo do que disse.

“Eu errei, cara, quem que não erra, quem não faz uma bobagem um dia? Não me arrependo de nada, só essa frase infeliz que brinquei com um amigo e vazou, mas não é a realidade. […] Quero me redimir com esse povo, desculpa. Até o Supremo [Tribunal Federal], se tiver algum pedido para me prender, aceito com respeito. Não saí daqui, não me escondi. Se 6h da manhã vier a Polícia Federal aqui em casa, eu me entrego. […] Eu sou democrático, sou do bem, sou do amor”, afirmou Sérgio Reis.

“Hoje em dia ninguém mais está sigiloso. Foi desequilibro mesmo. Já me chamaram de velho gagá. Com 81 anos a gente fica meio gagá. […] Posso até não ser, mas falei uma bobagem como um velho gagá. […] Estou triste porque estão me julgando de uma forma que eu não sou”, acrescentou.

Entenda o caso

A PF cumpriu na semana passada mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao cantor Sérgio Reis. Circularam nas redes sociais um áudio e um vídeo em que o cantor convoca uma greve nacional de caminhoneiros para protestar contra os 11 ministros do STF.

Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O objetivo, segundo a PF, é apurar se o cantor cometeu o crime de incitar a população a praticar “atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”.

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