Nove pessoas ainda seguem desaparecidos após rompimento de barragem
Foi identificada nesta quarta-feira (25), dia em que a tragédia de Brumadinho (MG) completa 31 meses, mais uma vítima do rompimento da barragem na Mina Córrego do Feijão, em 25 de janeiro de 2019. O corpo de Juliana Creizimar de Resende Silva, morta aos 33 anos, foi localizado na tarde de terça e identificado por exames de arcada dentária.
Agora, já são 261 corpos recuperados e nove pessoas ainda não foram localizadas. Em nota, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) divulgou se tratar de uma mulher e que os trabalhos continuam após 2 anos e 7 meses.
Em janeiro deste ano, a corporação chegou a estimar que as buscas poderiam levar mais quatro anos, dadas as dificuldades do terreno e as “características peculiares da operação”.
Após confirmação da @pcmg.oficial foi constatado que o corpo encontrado, ontem (24), era de Juliana Silva.
Com isto, reduz o número de jóias não encontradas para 9.
O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais continua na Operação Brumadinho após 2 anos e 7 meses#bombeirosmg pic.twitter.com/cWKs5jbeis— Bombeiros_MG (@Bombeiros_MG) August 25, 2021
Juliana trabalhou na Vale por mais de 10 anos, era mãe de gêmeos e morreu na tragédia, junto ao marido, Dennis Augusto Silva. À época, as crianças tinham apenas 10 meses.
Também ontem, a Vale, que controlava a barragem, foi condenada a indenizar um ex-funcionário em R$ 300 mil por danos morais, depois que a Justiça reconheceu que o rompimento da barragem causou abalo psicológico ao trabalhador.
Na ação trabalhista, o profissional alegou que sofreu abalo psicológico em razão do rompimento da barragem, uma vez que estava presente no momento do acidente. Uma testemunha contou que estava com o autor da ação na área da mina no dia da tragédia.
Segundo a testemunha, eles ficaram desesperados com o barulho, pularam uma cerca e correram para um local mais alto, encontrando outros colegas na estrada.
Para o juiz, ao contrário do que é afirmado pela empresa, o ex-funcionário sofreu a influência do evento danoso. “Sejam as repercussões advindas de estar no local do acidente no dia e momento em que ocorrido, sejam aquelas decorrentes da vivência posterior, do trauma pela perda dos colegas de serviço, das mudanças na rotina de atividades, entre outros fatores”, ressaltou.