Mas o que tem causado tanta resistência em uma parcela da população em relação à vacina contra a Covid-19, mesmo após um ano do início da campanha?
Dos zero aos 12 anos, as crianças brasileiras recebem, há décadas, cerca de 10 vacinas contra diversos tipos de doenças. Foi assim que conseguimos erradicar a varíola e a poliomielite, por exemplo. Mas o que tem causado tanta resistência em uma parcela da população em relação à vacina contra a Covid-19, mesmo após um ano do início da campanha?
Antes de tentarmos responder essa pergunta, vamos aos fatos.
Desde o início de janeiro, a variante ômicron tem se alastrado pelo Brasil, a exemplo do que fez na Europa e nos Estados Unidos. O número de casos disparou no país e também na nossa cidade.
Entretanto, diferente do que vimos no ano passado, durante o pico da segunda onda, apesar da crescente nos casos, as internações e as mortes não dispararam na mesma proporção. Temos visto muitas pessoas com sintomas leves, às vezes inexistentes, que duram um ou dois dias. E a razão é simples: vacina!
Dados da Secretaria de Estado da Saúde apontam que a cada 10 pessoas internadas com Covid-19, oito não tomaram a vacina contra a doença. É importante ressaltar que a vacinação não impede a infecção – quem faz isso é o distanciamento e o uso de máscara -, mas evita que a doença evolua para casos graves.
Ou seja, a grande maioria das pessoas que estão passando maus bocados com a Covid-19 é formada por pessoas que não se vacinaram. E aqui voltamos ao início do texto. Por quê?
Lamentavelmente, apesar de todos os esforços dos veículos de comunicação, o Brasil é palco de uma das maiores campanhas de desinformação em relação à Covid-19, desde o início da pandemia. O Governo Federal sequer disponibiliza dados atualizados sobre casos e mortes, por exemplo.
E parte do presidente o pior exemplo. Ele diz não ter se vacinado e abertamente faz campanha contra a obrigatoriedade da imunização. Um desserviço.
Para completar, temos uma massa negacionista que espalha mentiras pelas redes sociais sem nenhum pudor. Associam a vacina a mudanças no DNA, instalação de chips, e por aí vai. Um absurdo atrás do outro. Enquanto isso, vidas que poderiam estar salvas seguem sendo perdidas nos hospitais.
Que nossas crianças – que finalmente começaram a receber a vacina na última semana – não sejam vítimas de pais irresponsáveis e possam ter acesso a esse direito. Lá em casa, a Jô já “está com a roupa de ir”, aguardando a hora dela.