domingo, 22 dezembro 2024

Precisamos de calma

Por Marcos Barbosa 

O mundo mudou. Só não vê quem não quer. As relações mudaram, a rotina mudou, tudo se transformou. Já as cobranças continuam as mesmas e o psicológico cada vez mais abalado. Num momento como o que vivemos, de muitas incertezas ainda, o mínimo que se pede é calma. Também é preciso mais cuidado para lidar com as pessoas. Indispensável portarmos empatia, se colocando no lugar de cada um e estendendo a mão quando necessário.

Uns se encontram a flor da pele, seja pela ansiedade em sair dessa situação ou pela saúde financeira que não vai muito bem. Outros deprimidos, muitas vezes, pelas mesmas circunstâncias. É delicada a situação. Por isso digo que não é momento de cobrar demais o outro, assim como, cobrar muito de nós mesmos. A emergência que vivemos traz à tona sentimentos e ações que desconhecíamos até então. Estamos nos redescobrindo. Embora tudo venha se modificando não é um bom momento para mudanças extremas. Eu diria que estamos nos adaptando ainda, na crença de que seja provisório. E pode não ser.

Por isso a importância da fé ou esperança. Não tem como não nos apegarmos a algo ou alguém.

Precisamos de calma. Pessoas carregam dores e marcas. Alguns gatilhos foram acionados e precisam ser tratados em meio ao caos. Se faça presente na vida das pessoas. Seja o apoio que elas precisam e a palavra amiga. Mesmo que remotamente e por telas. A não ser que seja alguém que more ou trabalhe contigo, daí a proximidade é inevitável.

É natural sentir saudade de coisas que eram habituais. Sinto falta de sair, dar uma volta no shopping, ir ao cinema, comer em um restaurante, viajar, encontrar amigos, enfim, uma gama de coisas que fazíamos e que já não podemos.

Temos lidado com a partida precoce de entes tão queridos e de outros que são queridos de muitos, como o caso do ator e humorista Paulo Gustavo. A comoção foi nacional e o sentimento é de ter perdido um ente muito amado e próximo. Mas existem muitos como ele partindo todos os dias. Mais de 420 mil se foram para ser mais exato. Assim como o Paulo, essas pessoas também eram especiais para familiares e amigos.

Para outras coisas peço a dispensa da calma. Principalmente àqueles que resistem em fazer uso de máscara e seguem aglomerando e fingindo nada existir. Me revolta ver pessoas não se vacinando pelo negacionismo à vacina. Eu e tantos outros gostaríamos de ter essa oportunidade e não a temos. O pior disso tudo é que elas não vivem sozinhas, convivem com outras pessoas e aumentam o risco de espalhar o vírus.

É de bom tom? Não, não é de bom tom! Diria Keilla Mellman, personagem criada pela atriz Ilana Kaplan para criticar, com muito bom humor, atitudes e falas absurdas em meio à pandemia. Aliás, precisamos rir um pouco e todos os artistas que se reinventaram e não perderam o riso em meio ao caos, merece o nosso aplauso. Riem e nos fazem rir. Trazendo leveza e mais calma o nosso dia a dia.

Por fim, sei que é difícil, mas tente ser otimista. Busque ajuda para manter o seu psicológico sadio, seja ela qual for. Não leve tudo tão a sério e não se cobre tanto. É preciso ser calmo e paciente. O momento é delicado e quem ainda não foi capaz de entender, uma hora ou outra entenderá. No entanto, se não ocorrer, deixa pra lá!

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