domingo, 24 novembro 2024

Água: interagir com responsabilidade

 Por Ana Perugini

O Dia Mundial da Água é uma data que mexe muito com a gente. Foi a luta por saneamento básico que nos levou para os movimentos populares e contribuiu para que entrássemos na política, há quase 20 anos, e iniciássemos um movimento por água e esgoto para todos.

A partir da mobilização nas ruas, para que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) cumprisse o contrato de concessão e levasse redes de água e coleta de esgoto a todos os lares de Hortolândia, que na época tinha mais de 90 mil fossas, chegamos à Câmara de Vereadores em 2005 e, dois anos depois, à Assembleia Legislativa de São Paulo, onde ampliamos essa luta para todo o estado.

Na Assembleia, criamos a Frente Parlamentar de Acompanhamento das Ações da Sabesp e, durante oito anos, fiscalizamos obras e ações da autarquia e nos tornamos aliados dos municípios em negociações para que os contratos fossem cumpridos e os moradores fossem devidamente atendidos.

Em 2011, alertamos o Governo de São Paulo sobre a possibilidade de um “apagão da água”, em função da falta de uma política de saneamento básico para o estado. Uma política que olhasse para a água como direito humano fundamental, que deve estar à disposição de todos a um preço justo, e não como mercadoria e fonte de lucro. A escassez de chuva nos colocou diante de uma das maiores crises hídricas da nossa história, em 2014, evidenciando o que havíamos denunciado três anos antes.

Levamos nossa luta por saneamento para todos, no estado e no país, à Câmara dos Deputados, onde integramos a Comissão Especial da Crise Hídrica, e cobramos um olhar humanizado para a questão, preservação e ampliação de mananciais de abastecimento.

Outro marco nessa caminhada foi nossa participação na negociação pela liberação de mais água do Cantareira, ao lado do Consórcio Intermunicipal PCJ (Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), Ministério Público e prefeitos. Nosso foco era ampliar a segurança hídrica de cidades da região de Campinas e garantir maior equilíbrio no sistema que também abastece a Grande São Paulo.

Até então, a Sabesp liberava cinco metros cúbicos do Cantareira por segundo. Após a renovação do acordo entre o governo paulista e a ANA (Agência Nacional de Águas), em maio de 2017, os rios das bacias PCJ passaram a receber o dobro desse volume. Esse novo acordo tem sido fundamental para o abastecimento das famílias e o funcionamento das indústrias na região de Campinas.

Nesta Semana da Água, vamos pensar com mais responsabilidade na interação que estamos tendo com esse ser indispensável a toda existência. 

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