sábado, 27 abril 2024

Empresário de Sumaré se reuniu com ex-ministro da Educação investigado em escândalo

Guilherme Dall’Orto nega que tenha havido algum pedido ilegal ou contrapartida pelo pastor ou ministro em encontro ocorrido ano passado

As fotos da reunião ganharam repercussão nacional na divulgação do caso (Foto: Divulgação)

O empresário Guilherme Dall’Orto, de Sumaré, também figura na lista de pessoas da região que se reuniram com o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o pastor Arilton Moura, pleiteando a liberação de recursos para municípios. O empresário intermediou o encontro em novembro do ano passado em favor da Prefeitura de Dracena (SP). O prefeito de Dracena, André Lemos, também esteve na reunião. O ex-ministro e pastores são acusados de envolvimento em um esquema de cobrança de propina em troca do envio de recursos para prefeituras. Na reunião, Dall’Orto representou o deputado federal Coronel Tadeu (PL). O empresário sumareense nega qualquer irregularidade na agenda.

As fotos da reunião ganharam repercussão nacional na divulgação do caso.
Em fevereiro deste ano, a Prefeitura de Dracena anunciou a instalação de uma escola cívico-militar na cidade. Dall’Orto negou que tenha havido algum pedido ilegal ou contrapartida pelo pastor ou ministro. A assessoria de Dall’Orto disse que a reunião foi pública, registrada em agenda, pedidos foram feitos por meio de canais oficiais e nenhum valor foi liberado até o momento.

O prefeito de Dracena foi procurado via assessoria de imprensa para comentar o encontro, mas não retornou até a conclusão da reportagem.

Segundo as denúncias, os pastores ligados ao ministro Milton Ribeiro são acusados de cobrar propina para liberar recursos a municípios. Bíblias, inclusive, eram parte da propina, como forma de pagamento de vantagens indevidas a prefeitos.

Ribeiro passou por Nova Odessa em 21 de agosto de 2021 no evento chamado Gabinete Itinerante. Em outubro, a cidade anunciou R$ 3,6 milhões voltados à compra de materiais didáticos para escolas e a construção de uma creche. A prefeitura, porém, alega que o dinheiro ainda não foi liberado.

A Prefeitura de Nova Odessa nega que Bíblias tenham sido distribuídas no Gabinete Itinerante na cidade e enfatizou que não houve pedido de vantagem por terceiros ao prefeito e ao secretário de Educação.

Ex-Ministro
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu no dia 28 a exoneração do cargo. A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar o ministro. A medida foi autorizada pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia.

A investigação foi aberta após a publicação de matérias sobre suposto favorecimento na liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão ligado ao Ministério da Educação.

Na segunda-feira (21), uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo divulgou um áudio em que Milton Ribeiro, diz favorecer, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, prefeituras de municípios ligados a dois pastores.

Em outro inquérito, a PF também investiga as supostas irregularidades. A polícia recebeu na semana passada um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo o órgão, os fatos são investigados desde o ano passado, antes da divulgação da gravação.

Após a divulgação do caso, em nota divulgada à imprensa, o então ministro Milton Ribeiro disse não haver nenhum tipo de favorecimento na distribuição de verbas da pasta. Segundo Ribeiro, a alocação de recursos federais segue a legislação orçamentária.

“Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”, disse

(Foto: Divulgação)

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