sábado, 23 novembro 2024

Metaverso, será esse o futuro da internet?

Por Luiz Mariano Julio

A interação virtual deixou de ser uma exceção “aceitável” para se tornar a forma padrão de trabalho, onde isso é possível. Ainda é cedo para assegurar que se trata de uma tendência irreversível, mas parece certo que o mundo não voltará a ser tão presencial como sempre foi, principalmente depois da pandemia da Covid-19. E o Metaverso – conceito de um ambiente virtual completamente imersivo, que integra mundo real e mundo virtual – parece ser um caminho natural para elevar a sensação de presença. Será esse o futuro da tecnologia social? Nunca, antes, se esteve tão habilitado tecnologicamente para isso, pois a banda larga de alta velocidade (wi-fi e 5G) e a inteligência artificial viabilizam muito mais dinamismo e realismo no mundo virtual que nos experimentos anteriores.

É importante destacar que não existirá um Metaverso e sim uma pluralidade deles. Muitas empresas poderão criar seus respectivos metaversos independentes, o que fará surgir, com isso, um Multiverso.

Como isso vai afetar a sociedade? As pessoas se tornarão isoladas, como imaginou Isaac Asimov (“O Sol Desvelado”, 1957)? Saberão separar o mundo real do virtual? Usarão óculos de realidade aumentada onde verão o mundo real, só que transformado digitalmente (por que não entrar num supermercado e ser guiado para os produtos favoritos, que se agigantem na gôndola, facilitando a localização)? O que parece provável é que, qualquer que seja o caminho, a privacidade se tornará cada vez menor, pois será necessário o uso de informações pessoais para melhorar a experiência de imersão. Temos de torcer para que ocorra com ética.

Engana-se quem pensa que Metaverso é um conceito novo. Ele foi apresentado pela primeira vez e documentado em 1992 no livro de ficção científica “Snow Crash”, de Neal Stephenson, como uma forma de fuga de um mundo distópico. Depois, essa história chegou ao cinema pelas hábeis mãos de Steven Spielberg, em 2018 (“Ready Player One”).

Para integrar essas duas realidades, é necessário empregar tecnologias de realidade virtual, realidade aumentada, avatares, simulação 3D, óculos 3D, sensores de movimento e atuadores. Espera-se, para breve, que os hologramas se juntem a esse arsenal tecnológico.

Trata-se ainda de um mundo de experimentação. Nada está escrito em pedra, pois algumas abordagens podem funcionar, e outras podem fracassar. E muitas empresas estão buscando formas de fazer negócios nesse novo mundo que se descortina.

Quanto vale um objeto de criptoarte e no que ele difere de um quadro de Rembrandt? Quanto vale o skin que o campeão de uma competição de gamers empregou na partida final? Isso é conceitualmente diferente de comprar uma jaqueta de Elvis Presley ou um capacete de Ayrton Senna? Ainda há muita especulação sobre como o Metaverso será usado. Ninguém, realmente, sabe. É um mundo de conjecturas e experimentos, mas, com certeza, ele estará muito presente em nosso futuro.

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