sábado, 23 novembro 2024

STJD estuda denúncia ao Galo

Os gritos homofóbicos em que parte da torcida do Atlético-MG cita o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) para provocar os torcedores do Cruzeiro no Mineirão, na tarde do último domingo, podem causar punição ao próprio clube. Ciente do ocorrido, a Procuradoria-Geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) garante que “o fato não passará em branco”.

O órgão ainda estuda imagens e aguarda o recebimento da súmula da partida, apitada por Rafael Traci (PR), para fazer uma possível denúncia sobre o caso.

Na ocasião, durante o intervalo do clássico válido pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro, alguns torcedores provocaram os rivais com um grito homofóbico: “Cruzeirense, toma cuidado, o Bolsonaro vai matar veado”.

Não há um artigo do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) que estabeleça punições por homofobia. No entanto, a própria Procuradoria-Geral avalia a possibilidade de enquadrar o fato em outro artigo.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Procuradoria-Geral do STJD se pronunciou sobre o fato.
“Já estamos cientes do ocorrido. A Procuradoria repudia o fato e afirma que o caso não vai passar em branco. As imagens e súmula serão analisadas para saber exatamente qual o artigo em que será enquadrado. É necessário aguardar o recebimento da súmula para análise e liberação da possível denúncia”, informou.

Em caso de oferecimento de denúncia, o clube seria o alvo da Procuradoria-Geral do STJD. O fato se dá, porque os torcedores, mesmo identificados, não são jurisdicionados no órgão. Neste caso, é o Atlético quem responde pela conduta de seus torcedores.

Vale lembrar que, na noite de domingo, o Atlético-MG se manifestou sobre o fato e repudiou a atitude daqueles que entoaram o cântico nas cadeiras do Mineirão.

“O CAM (Clube Atlético Mineiro) lamenta profundamente as manifestações homofóbicas de parte dos torcedores, no jogo deste domingo, no Mineirão. Reiteramos nosso repúdio a quaisquer gestos de preconceito ou de incitação à violência. A maior torcida de Minas é composta por pessoas de todas as classes sociais, raças e gêneros, não cabendo qualquer tipo de discriminação. Isso não faz parte da nossa gloriosa história”, escreveu o clube.

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