Dois boletins de ocorrência foram registrados na Polícia Civil
Bilhetes com ofensas racistas foram deixados em um prédio no bairro Planalto, na Região Norte de Belo Horizonte. A série de ataques pode ter sido direcionada a um funcionário de uma empresa que presta serviços no condomínio. Ele registrou boletim de ocorrência e nesta segunda-feira (25), a Polícia Civil informou que os fatos estão sendo apurados.
O primeiro boletim de ocorrência foi registrado na última quarta-feira (20), quando um funcionário de 25 anos compareceu à base da Polícia Militar junto com o supervisor. Naquele dia, ele contou que, por volta das 8h20, encontrou no setor em que trabalha papéis com as ofensas:
“Volta pra sua jaula gorila volta pro licho (para o lixo) de anafabetos (sic) que você veio preto sujo (…) “Lugar de preto não é na limpeza e na sesala (senzala)”.
“Sofra as consequências, viado, preto. Ou você sai daqui, o resto toma banho de cloro, africano. Bons tempos eram quando pessoas como você sabiam do seu lugar que é no tronco, macaco, estúpido. Lugar seu é com sua gente na senzala, seus amigos são sujos como você”.
Um dos bilhetes foi lido pelo homem e o outro encontrado por uma moradora. Apesar de não conter nome nos papéis, o funcionário achou que poderia ser direcionado a ele, uma vez que costumava trabalhar na limpeza do local.
Após o encontro do primeiro bilhete, o funcionário pediu para ser transferido de setor, o que foi atendido.
No sábado (23), ao voltar ao condomínio para pegar os pertences pessoais e ir até um dos blocos despedir-se de uma moradora, o funcionário encontrou mais duas cartas com mais ofensas.
Os papéis foram encaminhados à administração do prédio e, desta vez, o segundo registro policial foi feito pela síndica e pela diretora da empresa que presta serviços no local. O autor dos ataques ainda não foi identificado.
“Não sei quem escreveu esses bilhetes, fiquei em estado de choque. A pessoa que faz isso não tem humanidade dentro dela. Me chamou de analfabeto, mas trabalho para pagar meu curso de enfermagem”, contou a vítima, que pediu para não ser identificado.
Ele continua trabalhando na empresa, mas foi transferido para outro local.
Com informações G1