O volume de empréstimo consignado no país subiu 26% nos dez primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2018, segundo dados do Banco Central. De janeiro a outubro do ano passado, foram contratados R$ 63,390 bilhões. No mesmo período de 2019, o total foi de R$ 79,843 bilhões.
Para especialistas, a crise econômica, o desemprego -cuja queda tem sido muito devagar- e o alto índice de informalidade podem explicar o aumento do valor de crédito tomado. O consignado é um empréstimo seguro para o banco ou a financeira. Ele é descontado diretamente da folha de pagamento do benefício, o que faz com que a quitação das parcelas seja em dia.
Essa facilidade diminui os juros da modalidade, que estão limitados em 2,08% ao mês, no empréstimo comum, e a 3% ao mês, no cartão de crédito, o que faz com que segurados do INSS busquem esse crédito para si ou para familiares e amigos. Há ainda outras regras definidas pelo governo. Dentre elas estão o total que se pode pegar de empréstimo, que é de até 35% da aposentadoria (30% para o empréstimo e 5% para o cartão de crédito).
Por ser um crédito mais barato e fácil de contratar, o consignado tem causado endividamento. Dados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil mostram que empréstimos com bancos e financeiras lideram a inadimplência no país. Segundo pesquisa divulgada em novembro, sete em cada dez usuários da modalidade têm restrição no nome.
Para fugir da inadimplência, o aposentado e o pensionista devem ficar muito atentos às regras e fazer as contas para não comprometer mais do que podem com o empréstimo. Outra orientação é ter cuidado com golpes. Não fechar empréstimo por telefone é uma dica. Se houver qualquer suspeita de irregularidade, o segurado deve denunciar no banco ou procurar os órgãos de defesa do consumidor.