Com o temor de um colapso em seu sistema de saúde, a cidade de Campinas pediu à Secretaria Estadual de Saúde que não envie mais pacientes com Covid-19 para se tratarem na cidade, caso os doentes sejam de fora da região metropolitana local.
A informação foi confirmada à reportagem pelo secretário Cármino de Souza. Ele apontou que, após o pedido feito ao estado, não foram enviados novos doentes. “Temos um compromisso com a cidade e com a região metropolitana de Campinas”, explicou.
A cidade teme ser impactada em sua disponibilidade de leitos se continuar recebendo doentes que não sejam da região. De acordo com a secretaria de saúde, incluindo a rede municipal e o Cross, são 50% de pacientes de outros municípios.
Atualmente, Campinas tem 687 leitos de UTI, mas 458, ou 66,57%, estão ocupados. Desse total, são 170 leitos de UTI exclusivos para Covid-19, com 112 doentes, ou 65,88% do total.
O pedido de Campinas ao Estado ocorreu depois de, na semana passada, a gestão estadual de saúde local receber quatro pacientes com o novo coronavírus, vindos de dois municípios da Grande São Paulo.
Eles haviam sido enviados pela Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde) e foram internados no Ambulatório Médico de Especialidades (Ame) de Campinas.
Na cidade, há leitos que estão sob gestão estadual e são monitorados pela Cross, como os leitos do hospital da Unicamp e do Ame. Assim, eventualmente, pacientes de São Paulo acabam indo para Campinas.
Nesta terça-feira (5), a cidade divulgou três novas mortes pelo novo coronavírus: uma mulher, 50, com doenças preexistentes; um homem, 56, com comorbidades; e um rapaz, 20, também com doenças preexistentes.
Até o momento, Campinas contabiliza 25 mortes causadas pela Covid-19. O município também tem 418 casos confirmados, 215 em investigação e 1.457 casos descartados. Há 21 mortes sendo investigadas.