domingo, 24 novembro 2024

MP investiga transferências entre contas de ministro Ricardo Salles

O Ministério Público de São Paulo quebrou o sigilo bancário do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e descobriu 54 repasses da conta bancária de seu escritório de advocacia para sua conta pessoal. Somadas, as transferências chegam a R$ 2,75 milhões. Segundo a Revista Crusoé, a promotoria apura se os envios estão relacionados a sonegação e lavagem de dinheiro. 

No período dos repasses, entre 2014 e 2017, Salles era secretário particular do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e titular da secretaria do Meio Ambiente do estado. 

O inquérito foi aberto em agosto do ano passado para investigar suspeitas de enriquecimento ilícito de Salles entre 2012 e 2017, quando ocupou cargos públicos no governo paulista. No período, ele teria acumulado R$ 7,4 milhões. 

Em 2012, quando foi candidato derrotado a vereador em São Paulo pelo PSDB, ele declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 1,4 milhão, dividido entre aplicações financeiras, um automóvel, uma motocicleta e 10% de um apartamento. 

Seis anos depois, quando tentou ser deputado federal, dessa vez já filiado ao Partido Novo, declarou ter R$ 8,8 milhões, com dois apartamentos de R$ 3 milhões cada um, barco de R$ 500 mil e aplicações financeiras de R$ 2,3 milhões -uma alta de 335% no patrimônio em cinco anos, com valores já corrigidos pela inflação. 

O ministro usou o Twitter nesta sexta (29) para rebater as informações. Segundo ele, todos os seus rendimentos vêm de honorários declarados e são provenientes de sua atuação como advogado, fora do governo paulista. 

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