Pela primeira vez, o interior do estado de São Paulo passou a capital no número de novos casos de coronavírus. Segundo o secretário de Desenvolvimento Regional, Marcos Vinholi, foram registrados 14,5% mais novos casos no interior em comparação ao município de São Paulo na última semana.
“Isso registra uma inversão na lógica em que, em um primeiro momento, a capital era o epicentro da pandemia no estado de São Paulo”, disse ele em entrevista coletiva nesta segunda-feira (22).
Hoje, segundo Vinholi, o estado tem 600 municípios com casos de Covid-19. Nesta segunda-feira (22), o estado também chegou a 221.973 casos de coronavírus. Nas últimas 24 horas, foram registrados 2.788 novos casos.
Já o registro de óbitos chegou a 12.634, com 46 mortes nas últimas 24 horas, segundo os dados apresentados pela Secretaria Estadual da Saúde.
Segundo o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, o número de casos está dentro do cenário esperado para o mês de junho e o de óbitos está abaixo da prospecção feita pelo governo do estado.
Carlos Carvalho, coordenador do comitê contra o coronavírus, disse que os óbitos nesse último final de semana foram menores em relação ao final de semana anterior, com uma queda de 186 para 140 mortes.
“Na média, olhando a semana passada, tivemos perto de 270 óbitos por dia”, afirmou. “[Para passar de 16 mil óbitos no final do mês de julho, previsão feita pelo estado], teríamos que ter mais de 400 óbitos quase todos os dias de agora até o fim do mês, coisa que felizmente não tem ocorrido e espero que não venha a ocorrer”.
A gestão de João Doria (PSDB) também anunciou que fará uma certificação de empresas em relação a testagem de funcionários para coronavírus.
Segundo Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, as organizações poderão apresentar seu plano de testagem a partir do dia 1º de julho. A partir de então, elas passarão por uma avaliação e, em agosto, podem receber o certificado.
“Aquelas empresas que estão em situação econômica mais difícil devem lembrar de ler os protocolos e fazer o cuidado de saúde de seus funcionários, e se possível utilizar o SUS para testagem de pacientes que sejam suspeitos através dos critérios que usamos hoje”, afirmou Paulo Menezes, coordenador da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde.
Hoje, o governo prioriza testagem de pessoas de 60 anos ou mais, com doenças crônicas e outras populações vulneráveis em casos leves, disse.
“Estamos na quarta quarentena. Heterogênea, sim, mas é uma quarentena. Continua sendo recomendado que as pessoas não saiam de suas casas a não ser que tenham motivo explícito pra isso”, lembrou o governador João Doria.
Finalmente, o governo também anunciou que prorrogará o programa Bom Prato, que está oferecendo alimentação gratuita à população em situação de rua, até o dia 31 de julho.
Segundo Cecília Parnes, secretária de desenvolvimento social, houve um aumento de 2 milhões de refeições para 3,2 milhões no mês.