Nesta terça-feira (30), o Brasil sedia a cúpula de líderes da América do Sul a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Itamaraty. 10 líderes de estado estarão presentes para discutir cooperação entre os países do continente.
Segundo a embaixadora Gisela Figueiredo Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, as principais pautas, além da integração, são em torno de questões comuns nas áreas de saúde, infraestrutura, energia, meio ambiente e combate ao crime organizado.
Estarão presentes no encontro os presidentes Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Nicolás Maduro (Venezuela).
Apenas Dina Boluarte, presidente do Peru, não estará presente nessa cúpula devido a questões legais que envolvem o país após o impeachment do ex-presidente Pedro Castillo em 2022. A líder do Executivo será representada pelo presidente do Conselho de Ministros do país, Alberto Otárola.
A Guiana Francesa não participa dessa cúpula. Apesar de estar localizada na América do Sul, o país é um território ultramarino da França.
A agenda será dividida em duas sessões. Pela manhã, os convidados serão recebidos pelo Presidente Lula e proferirão discursos de abertura. À tarde, os presidentes se juntam para uma conversa informal, em que cada presidente poderá ser acompanhado pelo respectivo chanceler e apenas um ou dois assessores.
De noite, Lula e a primeira-dama Janja da Silva recebem, no Palácio do Alvorada, os chefes de Estado para um jantar.
“A ideia é retomar o diálogo e a cooperação com países sul-americanos. Identificar denominadores comuns. A região dispõe de capacidades que serão chaves no futuro da humanidade, como recursos naturais, água, minérios, área para produção de alimentos. Uma agenda concreta de cooperação pode ser iniciada imediatamente”, disse a embaixadora, durante um briefing sobre o encontro no Itamaraty.
Primeira Visita
O primeiro presidenciável a chegar ao Brasil foi o presidente Venezuelano Nicolás Maduro. Maduro chegou a Brasília no domingo (28) e estará durante todo o dia em compromissos com o presidente Lula.
Em nota publicada nessa manhã pelo Governo Federal, os presidentes deverão manter reunião de trabalho com vistas a repassar os avanços no processo de normalização das relações entre os países, incluindo a reabertura das respectivas embaixadas e setores consulares e a recente designação do Embaixador da Venezuela no Brasil.
“Os dois Chefes de Estado deverão tratar de temas das agendas regional, a exemplo da integração sul-americana e da cooperação amazônica, e multilateral, notadamente no que se refere aos temas de paz e segurança e mudança do clima”.
O Itamaraty afirmou também que os presidentes terão uma atenção especial atribuída aos temas fronteiriços, com destaque para a proteção das populações que residem nessa faixa, como os povos yanomami.
Em suas redes sociais, o presidente venezuelano comentou seu entusiasmo com a visita. “Agradeço a calorosa acolhida com que fomos recebidos em Brasília, capital da República Federativa do Brasil. Nas próximas horas estaremos desenvolvendo uma agenda diplomática que reforce a necessária união dos povos de nosso continente”, disse o presidente
Maduro não vinha ao Brasil desde 2015, na posse da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Sua presença no país foi proibida durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019.