sábado, 23 novembro 2024

Assalto, tiros e explosões: terror em Botucatu

Em uma das mais audaciosas ações criminosas já vistas em solo paulista, um grupo de bandidos armados de fuzis e metralhadoras conseguiu enfrentar por mais de duas horas as forças de segurança de São Paulo, entre elas unidades de elite da Polícia Militar, durante o roubo a uma agência do Banco do Brasil em Botucatu, no final da noite de quarta-feira (29).

A ação da quadrilha provocou pânico na cidade, com tiros, explosões, ruas e avenidas bloqueadas e incêndios relatados por moradores de vários pontos Diversos vídeos mostrando os tiroteios e as explosões foram postados nas redes sociais.

Praticamente todos os criminosos conseguiram escapar levando o dinheiro do roubo (valor ainda não divulgado), com exceção de um deles, baleado e morto durante um dos confrontos com policiais já na manhã de ontem.

Estima-se entre 20 e 30 intregantes no grupo. Dois PMs ficaram feridos, sem gravidade e não correm risco de morte. Um deles foi ferido no calcanhar e, outro, no braço e na perna.

Foi a terceira vez que cidade foi alvo desse tipo de ação, mas, segundo a polícia, essa foi a mais audaciosa de todas elas.

“Nada se compara ao que aconteceu nessa madrugada’, disse disse o coronel Aleksander Toaldo Lacerda, 48, comandante da região (CPI/7). “O que diferenciou principalmente essa ação foi ímpeto desses infratores de buscarem o confronto com finalidade de tentar escapar do cerco policial, fugirem da cidade. Isso surpreendeu mesmo, de eles buscarem esse confronto a todo momento”, afirmou.

O ASSALTO

De acordo com a polícia, a ação criminosa teve início por volta das 23h30 de quarta (29) com um ataque à sede do batalhão da PM, na Vila Silvinha. Dois veículos foram colocados em frente do quartel, em um deles foi ateado fogo, para evitar a saída de viatura no reforço das outras.

Os criminosos também passaram a disparar contra as guaritas para encurralar os PMs de plantão.

Enquanto isso, outra parte do bando se instalou no centro da cidade com objetivo de arrombar o cofre da unidade regional do Banco do Brasil. Foram utilizados explosivos para romper o cofre. A força da explosão danificou outros prédios do entorno.

Cerca de 25 policiais militares estavam de serviço na cidade no momento.

Logo no início dos ataques, segundo a PM, policiais de cidades da região se deslocaram para Botucatu para fechar os principais acessos da cidade.

Policiais da Rota, Gate e Coe também se deslocaram em apoio. Um grupo de PMs de São Paulo também foi para a região para integrar o bloqueio.

Ao todo, 220 policiais militares, em 70 viaturas, cercaram a cidade, além de um helicóptero.

Houve ao menos quatro grandes confrontos entre policiais e bandidos, quando os criminosos tentaram deixar a cidade com o dinheiro e se depararam com os bloqueios.

Parte da quadrilha, segundo a polícia, abandonou os veículos e se embrenhou na mata.

Outra parte, acredita-se, pode ter fugido para casas abandonadas.

ARMAMENTO

Além dos veículos abandonados, a polícia apreendeu um metralhadora .50 – capaz de derrubar aeronaves -, sete fuzis (calibres 556 e 762), metralhadora 9mm, além coletes a provas de bala. Só de armamento estima-se valor superior a R$ 1 milhão.

Dois malotes com dinheiro foram recuperados.

As buscas pelos criminosos continuavam até o fechamento desta edição.

O acesso à cidade estava monitorado pelos PMs e parte do comércio ficou com as portas fechadas em razão do risco de alguns criminosos ainda estarem escondidos.

A prefeitura divulgou comunicado pedindo para os moradores permanecessem em casa.

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