O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (5) que restaurantes e bares poderão ficar abertos até 22h em São Paulo. A afirmação foi feita durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes (zona oeste de SP) e vale a partir desta quinta-feira (6).
De acordo com o governador, os estabelecimentos só poderão funcionar neste horário em regiões que estejam na fase amarela há pelo menos duas semanas, que é o caso da capital paulista. Atualmente, os locais só podem funcionar até as 17h.
O tucano afirmou que as restrições de 40% da capacidade e máximo de 6 horas de funcionamento (contínuo ou não), além de obrigatoriedade de clientes sentados e distanciamento entre mesas, seguem valendo.
“A Vigilância Sanitária nunca viu aqui no município qualquer tipo de problema em abertura de bares e restaurantes até as 22h. O protocolo assinado com a prefeitura não vai precisar ser refeito porque já previa o atendimento até 22h. Fico feliz que agora o centro de contingência vê da mesma forma para todo o estado de São Paulo”, disse o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB).
Ele afirmou que haverá um projeto piloto que permitirá o uso de mesas em áreas nas calçadas em algumas áreas.
“Vamos autorizar o uso dos passeios públicos das áreas destinadas a estacionamentos para que esses estabelecimentos possam construir espaços para aproveitamento desses locais para colocar as mesas, definido quem são os estabelecimentos responsáveis por aqueles espaços”, disse Covas.
Covas afirmou que haverá quatro semanas para avaliar o projeto. “[Então, vamos] decidir se pode ser replicado ou não. Garantir que não há aglomeração, respeito aos protocolos que serão publicados junto com o decreto”, disse o tucano.
Inicialmente, participam deste projeto piloto 32 estabelecimentos. A área onde as calçadas e outros espaços poderão ser usados, conforme protocolos específicos, abrange dois quarteirões da rua General Jardim, dois da Major Sertório, três da Bento Freitas (cruzando as ruas citadas anteriormente), além da rua José Paulo Mantovan Freire (atrás do edifício Copan).
Todos estes locais ficam no centro da cidade e abrigam restaurantes famosos da capital, como a Casa do Porco e o Orfeu. Covas afirmou a liberação das mesas fora dos bares tem relação com uma preocupação com aglomeração fora dos bares.
Hoje, sem as mesas, donos dos bares não podem ser responsabilizados por esse tipo de situação. A ideia é que, havendo uma norma para a utilização dos espaços públicos, os bares e restaurantes possam ser responsabilizados por eventuais descumprimentos das regras.
“O paulistano é um povo que gosta de confraternizar, gosta de estar junto, e é difícil o controle do distanciamento social quando nos autorizamos o uso das calçadas”, afirmou Covas. “As calçadas da cidade são mais estreitas, em média, que em outras grandes capitais europeias e americanas e, portanto, ao cumprirem também sua função de mobilidade na cidade, temos muitas vezes um conflito entre o uso das mesas e os pedestres”, prosseguiu.
As duas semanas de teste valem a partir do momento que um estabelecimento terminar as reformas necessárias e começar a usar as novas áreas. Os protocolos e restrições para esses ambientes serão publicados no Diário Oficial nesta quinta. Caso as regras sejam cumpridas, a Prefeitura iniciará a ampliação desse projeto. Doria explicou ainda que é proibido o serviço de bebidas alcoólicas a pessoas em pé do lado de fora dos estabelecimentos.
O governo estima que, com a extensão do horário, a expectativa é que essa medida possibilite que os restaurantes dobrem seu faturamento atual, chegando a até 50% do faturamento “normal”. Segundo a administração, com as restrições atuais, os locais faturam cerca de 20% de sua antiga renda.