A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para apurar a agressão física do empresário de Santa Bárbara d’Oeste, Roberto Mantovani Filho, contra o filho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Conforme o TODODIA noticiou, neste sábado (15), o ministro foi hostilizado e o seu filho agredido no aeroporto internacional de Roma, na Itália https://tododia.com.br/brasil-mundo/alexandre-de-moraes-e-hostilizado-em-roma-e-seu-filho-e-agredido-por-empresario-de-santa-barbara-doeste/.
De acordo com a PF, a esposa de Roberto, Andréia Mantovani, xingou o ministro de “bandido, comunista e comprado”. Roberto Mantovani Filho reforçou os xingamentos e teria chegado a agredir fisicamente o filho do ministro, que é advogado e tem 27 anos. O genro de Roberto, Alex Zanatta Bignotto, disparou palavras de baixo calão.
As informações foram confirmadas por interlocutores da PF e do Ministério da Justiça. A segurança pessoal de Alexandre de Moraes, no Brasil e no exterior, em razão do cargo que ocupa, é feita por policiais federais a serviço do STF.
Quem são Roberto Mantovani Filho e Alex Bignotto?
Alex Bignotto é casado com a filha do empresário Roberto Mantovani Filho. A família mora em Santa Bárbara D’Oeste e controla empresas na região. Bignotto é dono de uma corretora de imóveis. Seu sogro atua com administração de bens imobiliários, consultoria empresarial e equipamentos hidráulicos.
Em 2020, Mantovani destinou R$ 19 mil a campanhas eleitorais e ao PSD de Santa Bárbara D’Oeste. O empresário doou R$ 4 mil para a campanha eleitoral de José Antonio Ferreira, que foi candidato à prefeitura de Santa Bárbara D’Oeste pelo PSD. O “Dr. José” não foi eleito. Mantovani ainda transferiu R$ 11 mil à direção do PSD na cidade.
No mesmo ano, o empresário contribuiu com a campanha de Josué Ricardo Lopes, do PTB, à prefeitura de Socorro, município do interior do Estado. Mantovani cedeu um imóvel para ser usado como comitê. Ricardo Lopes foi eleito.
‘Revanchismo‘
Procurado pelo Estadão, Mantovani disse que não gostaria de comentar o episódio antes de prestar depoimento à PF para não comprometer a sua situação diante das investigações. Afirmou também querer evitar o que chamou de “revanchismo”.
Apesar de ter sido apontado como agressor do filho do ministro do STF, ele disse considerar que o ocorrido “não foi nada extraordinário” e que prefere aguardar o pronunciamento das autoridades sobre os possíveis crimes que possa ter cometido. “Na minha opinião não foi nada de tão extraordinário. Não gostaria de comentar nada para evitar, sabe, ódio, um revanchismo. Não gostaria disso nesse momento. Não gostaria de fazer nenhum comentário até que possa saber aquilo que eles possam dizer que eu fiz”, afirmou.
Moraes estava acompanhado de seus familiares no aeroporto. O ministro retornava da Universidade de Siena, onde realizou uma palestra no Fórum Internacional de Direito.
“Eu só vi o ministro. Ele estava para entrar numa sala VIP. Eu passei por ali. Houve ali uma pequena confusão de alguns brasileiros, alguns foram embora e quem pagou o pato fomos nós, mas tudo bem, a gente tem que aguardar”, completou Roberto Mantovani.
Os três brasileiros se tornaram alvos de um inquérito da PF, mas não chegaram a ser presos. Segundo o empresário Roberto Mantovani, eles foram abordados e identificados na chegada ao aeroporto de Guarulhos (SP).