terça-feira, 26 novembro 2024

Frente e trás das câmeras

Assim como muitos artistas, Ivete Sangalo, 48, também se viu obrigada a se adequar aos tempos de pandemia. Isso não aconteceu apenas com a distância dos palcos ou com os shows feitos na sala de casa. A tal adaptação teve que acontecer também em seu novo clipe, “Dura na Queda”, o primeiro dirigido pela própria artista.

“A direção veio muito mais de uma necessidade do que de uma condição, tipo ‘eu quero dirigir um clipe’. A gente produziu isso durante a pandemia, eu ainda acho que a gente está na pandemia, eu sou uma pessoa que ainda pode evitar de sair. Então usamos o que tivemos a mão”, afirmou a cantora em conversa com jornalistas por videoconferência.

O lançamento do clipe aconteceu na manhã desta sexta-feira (2), após uma captação com apenas quatro pessoas, sendo Ivete, como diretora e atriz; dois cinegrafistas; e um fotógrafo. Os demais profissionais, como figurinista e cenografista preparavam tudo sozinhos e deixavam prontos para as locações, que aconteceram sem eles.

Segundo Ivete, havia a intenção de gravar a música em parceria com os compositores, os irmãos Rodrigo e Diogo Melim, do grupo Melim. Mas a ideia também foi abortada para evitar aglomeração. Assim, a locação aconteceu no quintal de Ivete, com a bicicleta da namorada de seu fotógrafo e com a luz da Praia do Forte, em Salvador.

A cantora afirma que foi uma forma de inovar durante a pandemia. Ela já tinha feito lives, sendo duas grandes e outras sem tanta preparação, além de ter lançado os clipes de “Localizei”, em que convidou diversos casais para mandarem imagens suas, e “Coisa Linda”, que gravou com Whindersson Nunes, também à distância.

Segundo Ivete, a decisão agora foi por um clipe de equipe reduzida, o que a levou a assumir a direção, e uma mensagem de amor e leveza em um momento difícil. “É um cenário que representa esse lugar de solidão, mas também de conforto, de amor, carinho que a gente busca”, afirma ela, que espera que as pessoas se identifiquem.

A cantora, no entanto, revelou que não foi apenas tranquilidade durante a produção. Segundo ela, o medo de cobras foi um problema, já que tem aparecido “cinco por semana” na região, além das muriçocas, que têm seu horário de aparecer: “Só não colocamos nos créditos porque não ajudaram muito, só atrapalharam”, brinca.

PALCOS E CARNAVAL

Em casa há seis meses, o que ela afirma que nunca havia feito desde o início da carreira, Ivete diz que tem usufruído desse tempo perto da família: “Sempre fui uma mãe e uma mulher muito presente em minha casa, mas agora estou tendo uma rotina doméstica muito mais fluida. Essa é uma das coisas que estou usufruindo”.

“Mas também aprendi alguns tipos de terapia como aprender a respirar, o que foi muito importante”, continua ela, que também tem composto diversas canções, “de forma muito gostosa, leve”.

Apesar disso, Ivete reconhece que vai demorar para que o entretenimento seja restabelecido após pandemia, mas destaca que esse período tem sido importante para fazer com que os artistas vejam a função que têm na sociedade, de entreter e proporcionar leveza mesmo em momento tão difíceis.

Nesse sentido, a cantora afirma que não desistiu do Carnaval e os fãs podem esperar por uma composição sua para a festa do próximo ano, mesmo que o evento não aconteça, já que várias cidades já adiaram as festividades.

“Cantar a música do Carnaval sem Carnaval é uma forma de mostrar que estamos aqui. O Carnaval não pode sentir que houve um desgarre, então vamos fazer música no Carnaval. Acho que enlouqueço [se não tiver música para a data], nem que seja para dançar no sala de casa.”

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