sexta-feira, 22 novembro 2024

Líder, Russomanno tem aumento da rejeição, e disputa em SP fica mais acirrada, indica Datafolha

Na última pesquisa do Datafolha antes do horário eleitoral gratuito, o candidato Celso Russomanno (Republicanos) manteve a liderança sobre Bruno Covas (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, mas sua rejeição está em alta e a corrida, mais acirrada. 

Na disputa pelo terceiro lugar, Guilherme Boulos (PSOL) começou a se descolar de Márcio França (PSB), reduzindo sua distância para Covas, enquanto uma miríade de nomes ocupa empatada o pelotão inferior a 3%. 

Se ambos os líderes forem ao segundo turno, como aconteceria hoje devido ao isolamento da dupla, Russomanno estaria numericamente à frente, com um improvável empate técnico no limite da margem de erro. 

O instituto ouviu 1.092 eleitores paulistanos em 5 e 6 de outubro. A pesquisa, feita em parceria com a TV Globo, tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. 

Russomanno viu oscilar negativamente, dentro da margem de erro, a vantagem registrada na rodada anterior, em 21 e 22 de setembro. Ele foi de 29% para 27%, enquanto o prefeito tucano da capital foi de 20% para 21%. 

Com isso, num cenário improvável neste momento, eles podem estar empatados tecnicamente no limite da margem de erro. Votam em branco ou anulam 12%, e 4% não sabem em quem votar. 

Mas a exposição no período, que incluiu o primeiro debate entre os 11 candidatos na quinta-feira da semana passada, fez aumentar a rejeição ao líder. O índice daqueles que não votam de jeito nenhum em Russomanno subiu de 21% para 29%. Covas permaneceu estável, com 31%. 

Isso deverá fazer acender uma luz amarela entre os estrategistas de Russomanno, que apostaram sua candidatura na associação direta com Jair Bolsonaro (sem partido), o padrinho de sua terceira tentativa de chegar à prefeitura. 

Russomanno foi derrotado em 2012 e 2016, quando tinha índices semelhantes de liderança na largada antes do horário eleitoral. Em seu favor, discordâncias de organização e a Covid-19 cancelaram os próximos debates. 

Tal nacionalização, que encontra contrapartida no fato de Covas ter sido vice do maior adversário do presidente, o governador João Doria (PSDB), por ora é rejeitada pelo tucano. 

Covas tem insistido em temas locais na campanha e, até aqui, mal não fez para suas pretensões em termos numéricos. 

Mas integrantes de sua campanha, assim como de outras, dizem que a diferença de fato será vista a partir do horário eleitoral, que acreditam ser mais importante neste ano porque parte da população ainda está buscando ficar mais em casa devido à pandemia -logo, vê mais TV. 

Aqui, Covas tem vantagem técnica: sua ampla coligação de dez partidos lhe garantiu o maior tempo em tela, 3min26s por dia. Russomanno tem só 51s. 

O eleitorado mais jovem é um campo de batalha a ser explorado. Russomanno tem melhor desempenho entre os que têm de 16 a 24 anos, com 35% de intenções de voto, enquanto Covas vê no nicho sua pior marca, 14%. O tucano tem entre esses jovens sua maior rejeição, 41%. 

O deputado federal pelo Republicanos também vai melhor entre os mais pobres (34% entre quem ganha até 2 salários mínimos) e menos escolarizados (36% no grupo que estudou até o fundamental). 

Já o prefeito tem um apoio maior entre quem tem mais de 60 anos (29%), o que sugere a associação com seu avô, Mário Covas (1930-2001), que foi prefeito da capital e governador paulista. Ele também vai melhor (28%) entre quem ganha de 5 a 10 mínimos. 

Na simulação do segundo que aconteceria se a eleição fosse agora, Russomanno tem 46%, ante 40% de Covas. Votariam em branco ou anulariam o voto 13%. 

Novamente, os jovens são um problema para o tucano. No segmento, a vantagem do deputado é de 62% a 33% do prefeito. Entre menos escolarizados, ele ganha por 57% a 35%. 

A fotografia muda em favor de Covas entre os mais ricos (60% a 23% entre quem ganha mais dez salários mínimos e 53% a 26%, na faixa de 5 a 10 salários) e mais escolarizados (50% a 29% no nicho com curso superior). 

No terceiro posto, Boulos oscilou positivamente de 9% para 12%, enquanto o ex-governador paulista França ficou nos mesmos 8% da rodada anterior. 

Seu crescimento tem um fator qualitativo positivo para ele, pois acompanhou o movimento de maior conhecimento da população de seu nome: de 46% em setembro, agora 54% dizem saber quem ele é. E sua rejeição ficou no mesmo lugar (passou de 24% para 23%). 

Com isso, se consolida a percepção de que o candidato principal da esquerda neste pleito pela primeira vez não será do PT, que governou a cidade antes da atual gestão tucana com Fernando Haddad (2013-16). 

Com efeito, ele angaria o apoio de 17% entre os que se dizem simpatizantes do PT, grupo no qual Tatto tem só 7% e o líder Russomanno, 36%. Seu perfil é também tem traços mais elitistas, algo que já incomoda a direção de sua campanha: 26% dos com curso superior pretendem votar no candidato do PSOL. 

Já Jilmar Tatto, o escolhido de direito do partido de Luiz Inácio Lula da Silva, oscilou negativamente de 2% para 1%, ficando no pelotão numericamente de trás do grupo na rabeira da pesquisa. Ele ainda é pouco conhecido (40% sabem quem é), e deverá apostar no terceiro maior tempo de TV (1min07s). 

A extrema pulverização de candidaturas criou um grande bloco abaixo dos quatro primeiros colocados. 

Estão empatados Arthur do Val (Patriota, 3%), Matarazzo, Levy Fidélix (PRTB, ambos com 2%), Tatto, Vera Lúcia (PSTU), Joice, Orlando Silva (PCdoB), Marina Helou (Rede), Filipe Sabará (Novo) e Antônio Carlos (PCO, todos com 1%). 

Para esses, a esperança de melhoria no desempenho reside no baixo conhecimento. Todos, com exceção do várias vezes candidato Fidélix, são conhecidos por menos de 50% do eleitorado. 

A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo sob o número SP-08428/2020. 

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