sexta-feira, 22 novembro 2024
COMPORTAMENTO

90% da população mundial possui preconceito contra mulheres; no Brasil, esse número chega a 85%

Dados foram divulgados nessa segunda-feira (12) pelo Programa das Nações Unidas de Desenvolvimento (PNUD)
Por
Isabela Braz
Foto: iStock

O novo Índice de Normas Sociais de Gênero de 2023 do Programa das Nações Unidas de Desenvolvimento (PNUD) divulgado nessa segunda-feira (12), mostrou que 90% da população mundial – em ambos os gêneros – possui ao menos um preconceito de gênero contra mulheres. O índice abrange 85% da população.

Para essa pesquisa, O PNUD utilizou a base de dados do World Values Survey (WVS) para calcular os índices de normas sociais de gênero, criado para captar crenças sobre igualdade de gênero e seus direitos.

O índice analisa as atitudes das pessoas sobre os papéis das mulheres em quatro dimensões principais: integridade política, educacional, econômica e física.

No Brasil, 1762 pessoas participaram da pesquisa, chegando a um número de brasileiros que possuem ao menos uma ação sexista de 84,5% dos entrevistados.

Nos índices analisados, o Brasil teve o pior resultado em relação a integridade física – avaliando a violência íntima e o direito à decisão de querer ou não ter filhos – em que esse preconceito vem por meio de 75,56% dos homens e 75,79% das mulheres.

Já na dimensão política, 39,91% das pessoas acreditam que homens desempenham melhores funções na gestão pública do que mulheres.

Na dimensão econômica, 31% dos brasileiros creem que homens tem mais direito ao trabalho ou realizam melhor funções de negociação, descredibilizando a atuação da mulher no mercado de trabalho – esse que, apenas em 2023 garantiu uma lei que determina igualdade salarial entre o mesmo serviço prestado a todos, independentemente de gêneros.

O nível mais baixo na avaliação dos quatro eixos foi encontrado na dimensão educacional, em que apenas 9,59% dos brasileiros acham que as universidades têm maior importância aos homens do que as mulheres.

O relatório contou um avanço de apenas cinco pontos percentuais comparados aos últimos dez anos da pesquisa em relação a brasileiros que não possuem preconceitos com o gênero feminino. Em 2012, esse número chega a 10,2% e em 2022 chegou a 15,5%.

A pesquisa tem como objetivo, quebrar preconceitos de gênero e fazer uma crítica a forma com que o mundo vê as mulheres e seu valor nas ações sociais. “Normas sociais de gênero tendenciosas são um grande impedimento para alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”, afirmou o PNUD.

O relatório analisou que não houve progresso nos últimos 10 anos e que o resultado ainda analisou que os preconceitos de gênero são encontrados tanto em países com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo quanto alto.

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