Nesta quinta-feira (5), a Academia Brasileira de Letras (ABL) ganhou mais um imortal para sua história centenária. Ailton Krenak reafirmou o favoritismo entre os imortais e se tornou 1° indígena eleito na Academia, ocupando agora a cadeira número 5.
O filósofo, poeta, escritor, ambientalista e militante na luta indígena brasileira ocupa a cadeira deixada pelo historiador e cientista político, José Murilo de Carvalho, falecido em agosto deste ano, por complicações de uma infecção por coronavírus.
Krenak obteve 23 votos dos acadêmicos, sendo quase ameaçado pela historiadora Mary Del Priore, com 12 votos contra quatro, do escritor e ator Daniel Munduruku – também indígena.
Nascido no município de Itabirinha (MG), Ailton assumiu em 3 de março deste ano uma cadeira na Academia Mineira de Letras (AML), também com favoritismo entre os membros, recebendo 36 votos de 39 integrantes no total.
Fundador da ONG (Organização Não Governamental) Núcleo de Cultura Indígena, em 1985, vem promovendo por todo o país a cultura indígena.
Krenak teve participação importante na Assembleia Nacional Constituinte, responsável pela elaboração da Constituição Brasileira – que completou 35 anos.
O indígena protagonizou uma das cenas mais marcantes da época, pintando seu rosto com pasta do fruto do jenipapo e mobilizando um dos discursos mais fortes proferidos na data, sendo um marco histórico na luta indígena.
Briga pela cadeira
O escritor indígena garante sua vaga na imortalidade da literatura brasileiro em meio a um conflito. Após Krenak ser o primeiro a se inscrever na vaga, o escritor, ator e ativista indígena Daniel Munduruku o acusou de “traição”.
Mundukuru – que já tentou se eleger outras vezes para a ABL – alega que havia feito um acordo junto à Krenak para que apenas um indígena se inscrevesse. Krenak nega as acusações.
