sábado, 27 abril 2024

Alta da cesta básica no mundo entra pelo 11º mês consecutivo em abril

Índice de Preços dos Alimentos registra maior subida mensal em seis anos; Brasil aparece em mensuração de categorias como açúcar e cereais; país é um dos que aumentarão áreas plantadas de milho.

O custo dos alimentos subiu pelo 11º mês consecutivo em abril, anunciou esta quinta-feira a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, FAO.

O mês passado fechou com uma média de 120,9 pontos no Índice de Preços dos Alimentos. A subida mensal de 1,7% marca o índice mais alto desde maio de 2014, e um nível 30,8% acima do mesmo período do ano passado.

Açúcar
A categoria do açúcar lidera o aumento e a dos cereais retoma a tendência já observada na medição que todos os meses também acompanha as variações em categorias como cereais, oleaginosas e laticínios.

Em abril, o açúcar inflacionou 3,9% após uma forte queda ocorrida em março. O preço do produto esteve quase 60% acima do valor do mesmo período do ano anterior.

Entre as principais razões estão altas aquisições em meio a preocupações com restrições no abastecimento. Os receios foram provocados pelo baixo ritmo das colheitas no Brasil e danos causados pela geada na França.

O índice de preços de cereais subiu 1,2% em abril. Há preocupações com as condições das safras na Argentina, no Brasil e nos Estados Unidos que elevaram os preços do milho no mês passado em 5,7%. Os preços do trigo se mantiveram praticamente estáveis, em contraste com a queda nos preços internacionais do arroz.

Oleaginosas
Em relação aos preços de oleaginosas houve uma subida de 1,8%, impulsionada pelas altas cotações de soja, da colza e do óleo de palma. Esse fenômeno compensou a baixa verificada no valor do óleo de girassol.

Nos laticínios, a subida foi de 1,2% devido à demanda da manteiga, do leite em pó desnatado e do queijo na Ásia.

A inflação na categoria das carnes foi de 1,7% após a alta das cotações das carnes bovina e ovina com a alta procura observada no leste asiático.

A agência reviu para mais 1,7 milhão de toneladas a previsão para a produção global de cereais de 2020.

Espera-se agora quase 2,77 bilhões de toneladas, 2,1% acima dos níveis de 2019.

Trigo e milho
Para a próxima temporada há perspectivas de maior produção mundial de trigo e milho. As previsões iniciais indicam uma produção de 778,8 milhões de toneladas na safra 2021-22 pelo aumento antecipado da produção na União Europeia.

Pelo terceiro ano consecutivo pode haver um crescimento na produção global de milho.

Espera-se que mais áreas do cereal sejam plantadas no Brasil, na China, na Ucrânia e nos Estados Unidos e uma recuperação da produtividade na UE.

A FAO revisou para baixo a previsão dos estoques mundiais de cereais no período para 805 milhões de toneladas devido a baixos estoques de milho na China e nos Estados Unidos.

A quantidade representa uma queda de 2,3% em relação aos níveis iniciais.

A agência prevê ainda que a proporção global de estoque/consumo de cereais esteja em torno de 28,3%, o que corresponde a uma redução em relação aos últimos sete anos.

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