Uma estimativa feita pela gestão Bruno Covas (PSDB) aponta o valor de R$ 714 milhões a ser arrecadado com a venda do complexo do Anhembi. Trata-se de cifra que corresponde a 1/6 dos cerca de R$ 4,5 bilhões que o governador eleito João Doria (PSDB) anunciava que seriam levantados com a privatização do espaço em sua passagem pela gestão municipal.
A estimativa de R$ 714 milhões aparece na Proposta de Lei Orçamentária (Ploa) para 2019, elaborada pela Secretaria da Fazenda e que será votada pelos vereadores. A gestão Covas afirma se tratar de projeção conservadora.
No campo referente a receitas originadas com a alienação de bens, a Ploa destacou a quantia de R$ 714 milhões. Em audiência pública da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal, em outubro, representantes da prefeitura afirmaram que o valor se refere à venda do Anhembi.
Questionados pelo vereador Antonio Donato (PT), o chefe da Assessoria Econômica da Secretaria da Fazenda, Otávio Carneiro de Souza Nascimento, e o secretário da Fazenda, Caio Megale, explicaram o cálculo na audiência.
“Esse é um valor conservador que nós colocamos inicialmente no Orçamento (…) A Secretaria de Desestatizações trabalha com valores mais reais, o secretário tem falado publicamente sobre os valores, mas não queremos entrar na especulação do processo. Colocamos então esse valor no Orçamento. Se for mais, tanto melhor”, afirmou Megale.
O valor de R$ 714 milhões é questionado por opositores políticos de Covas e Doria. Eles dizem que o Anhembi pode ser vendido a “preço de banana”. “O valor é escandalosamente baixo”, afirma Donato, líder do PT na Casa, para quem apenas a área de 400 mil m² do terreno já valeria mais de R$ 2 bilhões.
Donato entrou com representação no Tribunal de Contas do Município solicitando a suspensão da venda do Anhembi até que seja esclarecido o motivo para o valor de R$ 714 milhões.