segunda-feira, 23 junho 2025
IMUNIZAÇÃO

Anvisa aprova primeira vacina contra chikungunya no Brasil

Produto foi desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica francesa Valneva
Por
Andressa Oliveira
Foto:Divulgação/Rafael Simões/Comunicação Butantan

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a primeira vacina contra a chikungunya no Brasil. 

O imunizante, desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica francesa Valneva, representa um avanço significativo para a ciência brasileira.

De acordo com o diretor de Estudos do Butantan, Gustavo Mendes, a aprovação é um marco histórico,“Essa é a primeira vacina contra chikungunya aprovada no país. E representa um pacto positivo para ciência, para saúde pública e para proteção da nossa população já que a doença afeta o país de forma relevante”, ressalta Mendes”.

A vacina, chamada de IXCHIQ, é de dose única e será indicada para pessoas com 18 anos ou mais, que estejam em maior risco de exposição ao vírus. 

O imunizante é contraindicado para gestantes, imunodeficientes e imunossuprimidos.

Foto:Divulgação/Rafael Simões/Comunicação Butantan

A vacina foi avaliada nos Estados Unidos em 4 mil voluntários de 18 a 65 anos, e apresentou bom perfil de segurança e alta imunogenicidade: 98,9% dos participantes do ensaio clínico produziram anticorpos neutralizantes,a vacina demonstrou alta eficácia na produção de anticorpos neutralizantes e apresentou perfil de segurança considerado aceitável.

A chikungunya é uma doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue, zika e febre amarela. Atualmente, a doença tem transmissão ativa em todos os estados brasileiros.

Segundo Gustavo Mendes, as negociações para que o imunizante seja incorporado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) já estão em andamento. “É o Ministério que vai organizar e planejar a vacinação, considerando que a chikungunya afeta regiões do país de forma desigual”, disse o diretor .

O diretor também destacou que, apesar de serem transmitidas pelo mesmo mosquito, a vacina contra a chikungunya não previne a dengue. “São vacinas diferentes, cada uma com uma composição específica para combater o seu respectivo vírus”, completou Gustavo.

Ainda não existe tratamento específico para chikungunya. Além da vacinação, é importante manter o controle de vetores, com ações como esvaziar e limpar frequentemente recipientes com água parada, como vasos de plantas, baldes, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e descartar adequadamente o lixo.

Com a aprovação da Anvisa, o país dá um passo fundamental no combate à chikungunya, enquanto aguarda a definição dos próximos passos para a distribuição e início da vacinação na rede pública.

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também