sábado, 27 abril 2024

Apurações contra tucanos são técnicas e PSDB não irá condená-las, diz Doria

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que as recentes investidas da Lava Jato contra expoentes tucanos, como José Serra e Geraldo Alckmin, não têm natureza política. 

“O PSDB não classifica essas investigações como de ordem política”, afirmou o governador em entrevista à imprensa nesta sexta-feira (24). 

Doria ainda criticou o PT pela postura de atacar a politização da Lava Jato ao fazer a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado em segunda instância após ações da operação. 

“É a nossa posição, diferente de um outro partido, que, na defesa do seu presidente de honra, criou obstáculos e classificou como política a investigação”, afirmou o tucano. 

“Não vemos essas denúncias como uma resposta de ordem política, sim de ordem técnica. A Polícia Federal realiza seu trabalho, assim como o Ministério Público Federal e o Ministério Público estadual, cumprindo seu dever e o dever é investigar. Assim como o [dever] do PSDB é não criar nenhuma objeção e nem condenar nenhum tipo de investigação”, disse Doria. 

A opinião, no entanto, não é unânime no PSDB. Tucanos próximos ao prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que tenta a reeleição neste ano, avaliam que a mira do Ministério Público de São Paulo no partido está relacionada de alguma forma à eleição municipal. 

Nesta quinta-feira (23), Alckmin foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral de São Paulo sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e caixa dois – ele havia sido indiciado uma semana antes. 

Serra foi denunciado pelo Ministério Público Federal sob acusação de lavagem de dinheiro no último dia 3 e voltou a ser alvo de operação, dessa vez movida pela Promotoria paulista e pela Polícia Federal, na última terça-feira (21), por suspeita de envolvimento em esquema de caixa dois. 

De qualquer forma, aliados do prefeito acreditam que sua campanha não será afetada pelo novo desgaste do PSDB. Por causa da denúncia, Alckmin telefonou a Covas e pediu para sair de sua campanha, pois precisaria se concentrar em sua defesa. O ex-governador seria o coordenador do plano de governo do prefeito. 

Tucanos enxergam na denúncia contra Alckmin uma forma de tirá-lo do jogo em 2022. O ex-governador paulista indica que pode voltar a disputar cargos eleitorais depois de sofrer, em 2018, a pior derrota do PSDB em eleições presidenciais. 

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