Manifestação ocorre no Vale do Anhangabaú
Sob um sol forte e sem sombras para se proteger, o ato contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em São Paulo reúne seus manifestantes no Vale do Anhangabaú, no Centro. Enquanto isso, apoiadores do presidente ocupam a Avenida Paulista, a pouco mais de 3 km dali.
A maioria dos participantes usa máscara e álcool gel como medida de proteção contra a pandemia da Covid-19. Com mais manifestantes chegando ao evento, no início da tarde, não foi mais possível manter o distanciamento social entre as pessoas.
“Quem tira o pão do pobre é assassino”, afirmou o padre Antônio Alves do alto do trio elétrico. Militantes do MTST, da CUT e representantes religiosos abriram os discursos com foco no combate à fome e na defesa pela liberdade. Por volta das 15h, começaram a chegar lideranças da esquerda, como os deputados federais Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido, e Orlando Silva (PCdoB-SP).
A fala do padre Antônio foi precedida por Simone Dias, da coalizão evangélica. “A classe trabalhadora vai exorcizar Bolsonaro do Brasil.” Também discursou no ato Katia Dias, representando religiões de matriz africana.
Próximo ao carro de som há barraquinhas distribuindo alimentos à população em situação de rua e pessoas em necessidade. A Polícia Militar reforçou o policiamento hoje à tarde. Por enquanto, não há registro de ocorrências ou tumulto.
Os policiais se concentraram nos principais acessos do Vale do Anhangabaú para monitorar a chegada das pessoas. Grupos de três ou quatro PMs circulavam entre os manifestantes.
O policiamento da Tropa de Choque ficou concentrado no Largo Paissandú, a postos para uma intervenção rápida em caso de um tumulto. A reportagem flagrou poucas revistas pessoais. Um manifestante teve uma lata de spray de tinta apreendida. O policial alegou que era um produto inflamável.
“O objetivo da revista pessoal é encontrar arma de fogo ou algo ilícito como uma arma branca”, disse o tentente Máquel Cruvel, um dos responsáveis pelo patrulhamento no Anhangabaú.
O ato estava marcado para iniciar às 14h, mas os discursos tiveram início após as 14h30. Foi reforçado no microfone que o ato deve terminar por volta de 17h30. Foram realizados atos contra o presidente Jair Bolsonaro também em outras capitais, como Belo Horizonte, Salvador e Rio de Janeiro.