sábado, 23 novembro 2024

Benefícios superam custos de reabrir escolas na pandemia, afirma Unicef

Estudo do Unicef (braço das Nações Unidas para direitos das crianças e dos adolescentes) publicado em novembro mostra que “com medidas básicas de segurança, os benefícios líquidos de manter as escolas abertas superam os custos de mantê-las fechadas”.

A Europa é uma boa amostra de como isso pode ser feito. A maior parte dos países reabriu escolas há meses ou nem as fechou – e não teve uma incidência maior de contaminação na comparação com o que ocorreria com o fechamento. Alemanha, França e Inglaterra anunciaram “lockdown” nas últimas semanas, diante do salto nos casos. Inúmeros locais públicos foram fechados – menos as escolas.

Na França, mesmo com resultado positivo em 11% dos testes de Covid, em média, o governo não fechou colégios. Na Itália, as escolas reabriram em setembro, início do ano letivo no hemisfério Norte. Quando a segunda onda veio, em novembro, alunos do ensino médio e parte do ensino fundamental 2 passaram para as aulas online, enquanto se manteve o presencial para as crianças menores.

“O certo é fazer como a Europa, fecha bar, teatro e academia, reduz a circulação do vírus, e mantém escola aberta”, diz Priscila Cruz, presidente-executiva da “Todos pela Educação”.

“Mas as pessoas realmente acham que educação é prioridade? Estão dispostas a abrir mão do shopping para que os filhos possam ir para a escola?”.

No Japão, colégios começaram a reabrir no meio de abril e, agora, alunos têm aulas normais, com limitação de pessoas por classe, distanciamento social e monitoramento de contaminados.

Na China, onde o vírus se originou, quase 200 milhões de alunos voltaram a ter aulas presenciais todos os dias. Todos passam por monitoramento de histórico de viagens e de testes de Covid-19, seguem regras de higiene e devem manter “espírito antiepidêmico”. Os universitários ficam proibidos de sair do campus para comer ou encontrar amigos.

Na África, segundo levantamento do Banco Mundial, 29 dos 54 países do continente, incluindo nações pobres como Benin, Burkina Faso, Níger e Serra Leoa, reabriram escolas.

Já na América Latina, crianças e adolescentes estão tendo aulas presenciais em apenas três países: Cuba, Nicarágua e Uruguai.

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