Movimento foi influenciado pelas declarações do novo governo e também pelo chamado “revogaço”, que retirou as estatais do Plano Nacional de Privatizações
Não foi fácil, para quem é investidor, acompanhar o primeiro pregão do ano da B3 (nome atual da antiga Bovespa). A bolsa de valores brasileira “derreteu” 3,07%, negociando cerca de R$ 13,9 bilhões e fechando em 106.366 pontos. A forte queda pode ser explicada por diversos eixos, mas o principal é que o mercado teria reagido mal com as primeiras medidas e declarações do novo Governo Federal, sobretudo com algumas medidas tomadas nesse início de governo, como por exemplo, a prorrogação da medida provisória que isenta a cobrança de PIS e COFINS da gasolina por 60 dias – o que afeta negativamente a competitividade do etanol e por consequência das empresas sucroenergéticas – e por um ano sobre o diesel. O reflexo imediato veio na queda das ações da Petrobras ON e PN, respectivamente -6,45% e -6,44%.
Além disso, empresas que estavam em estudo para serem privatizadas, mas que não avançaram nos governos Temer e Bolsonaro, como os Correios, Banco do Brasil, Petrobras e a Fafen (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados) – uma empresa subsidiária da Petrobras. Somado a isso tudo, tem também o mau humor sobre o chamado “Teto de Gastos”, uma medida de responsabilidade e austeridade fiscal criada ainda no Governo Temer e inserida no texto constitucional, que congela os investimentos em todas as áreas por 20 anos, mas que nunca foi respeitada no Governo Bolsonaro (o chamado “furo de teto”) e que Lula vem anunciando desde a campanha que vai extinguir a medida, mas sem apontar qual seria a nova âncora fiscal.
Dólar
O câmbio, por sua vez, registrou um dia de valorização frente ao real, com o dólar comercial encerrando o movimento do dia cotado a R$ 5,358 e uma alta de 1,52%. Já os contratos futuros, com vencimento em fevereiro, o percentual de aumento foi um pouco menor, 1,34%, mas o valor final ficou mais alto, vendido a R$ 5,392.