Durante culto, presidente diz que tudo tem limite e projetou para seu futuro: estar preso, ser morto ou a vitória
“Temos um presidente que não deseja nem provoca rupturas, mas tudo tem um limite em nossa vida. Não podemos continuar convivendo com isso”, disse o presidente durante evento na Assembleia de Deus.
Bolsonaro ainda projetou três alternativas para seu futuro: “Estar preso, ser morto ou a vitória”. O presidente estimulou que lideranças evangélicas participem de atos pró-governo marcados para o feriado de 7 de Setembro.
Antes, ele criticava ações do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que atingiram bolsonaristas.
“Sei que a grande, grande maioria dos líderes evangélicos vão participar desse movimento de 7 de Setembro. E assim tem de fazê-lo. Está garantido em nossa Constituição. Espero que não queiram tomar medidas para conter esse movimento”, disse Bolsonaro.
O presidente tem feito declarações golpistas e sugerido que as eleições de 2022 podem não ocorrer caso seja mantido o sistema de votação com as urnas eletrônicas -a PEC do voto impresso foi derrotada na Câmara.
Bolsonaro também disse aos apoiadores, no culto, que não há chance de ser preso. “Nenhum homem aqui na terra vai me amedrontar”. “Vivo? Dependo de Deus. Uma vitória, ao lado de vocês”, afirmou.
Em outro trecho de seu discurso, o presidente disse que não quer dar um golpe. “Eu já sou presidente. Vou querer dar um golpe em mim mesmo?”
A escalada do discurso autoritário provocou desgaste institucional e ocorre também em meio às crises sanitária da Covid-19 (que, apesar da redução de mortes e casos, ainda preocupa especialistas devido ao avanço da variante delta) e econômica (com temor de crescimento medíocre e inflação em alta).
O presidente ainda tem convocado a população para atos pró-governo no feriado de 7 de Setembro. Ele chegou a citar no último dia 4 a hipótese de “antídoto” fora das “quatro linhas da Constituição”. Nesta sexta-feira (27), Bolsonaro estimulou a população a se armar e fez comparação entre compra do fuzil e do feijão, no momento em que o governo federal é criticado pela alta dos preços de alimentos.