Os atentados de 11 de setembro completam 22 anos nesta terça-feira. Na mesma data, em 2001, dois aviões comerciais foram sequestrados por extremistas islâmicos da Al-Qaeda e jogados contra as torres gêmeas do World Trade Center, localizado em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Outras duas aeronaves também foram tomadas pelos terroristas: uma colidiu contra o prédio do Pentágono e a outra caiu em um campo aberto no estado da Pensilvânia. Ao todo, foram quase 3 mil mortos e 6 mil feridos.
O brasileiro Tácito Cury trabalhava em uma escola de idiomas, no 57° andar do WTC, quando presenciou o ataque. Em entrevista exclusiva à Rede TODODIA, o sobrevivente deu detalhes de como tudo aconteceu. “Eu estava indo para a minha aula de japonês e estava saindo do trem, quando aconteceu o primeiro atentado. O primeiro avião já tinha atingido a torre e eu estava chegando no saguão do World Trade Center”, contou o empresário.
“Quando eu cheguei no saguão, eu perguntei o que tinha acontecido e ninguém sabia direito, só falavam de uma bomba, uma explosão. Eu continuei subindo e, nesse percurso de subir e descer, eu entendi o que tinha acontecido, eu vi que o prédio da frente estava tendo alguma coisa, foi aí que eu decidi não continuar no elevador e comecei a descer as escadas. Quando eu saí, peguei o celular e liguei para o meu pai, eu vi o segundo avião entrando”, disse Tácito.
Para o paulista, as cenas que mais marcaram do 11 de setembro foram as pessoas se jogando das torres gêmeas. “Eu comecei a ver as pessoas caindo, se jogando […] era um buraco negro num prédio com uma chuva de papéis e fumaça. Eu ouvia as pessoas falando do fogo, que estava derretendo, pegando fogo, que iam escrever o ‘CPF’ no corpo para ser encontrados, pessoas que iam se jogar. São conversas e vozes que eu tenho guardadas e registradas até hoje”, contou.
Surpreendentemente, Tácito também descobriu, através da capa de um jornal, que havia sido professor de inglês do terrorista Marwan al Shehhi, piloto de um dos aviões que atingiram o World Trade Center (WTC).
“Hoje comemora 22 anos, então se alguém perguntar quantos anos eu tenho, eu tenho 22, porque eu nasci de novo. Foi um divisor de águas na minha vida, mas eu acredito que com toda essa tragédia, eu consegui tirar muita força, que foi o que me deu toda essa sustância para eu continuar com os meus novos projetos. Foi um recomeço da minha vida ali no dia 11 de setembro”, afirmou o brasileiro.
3 novas chances
Além do 11 de setembro, Tácito contou que sobreviveu ao tsunami na Tailândia e também estava na França, quando ocorreu o incêndio da Catedral de Notre-Dame. “Eu estive no tsunami na Tailândia, em 6 de dezembro de 2004, eu vi crianças boiando, eu vi vidas perdidas, milhares, e havia ido de férias. De repente, eu me encontrei ajudando as pessoas. Eu não voltei, decidi tomar todas as minhas vacinas, fiquei lá e prestei serviço para a Cruz Vermelha […] a gente começa a refletir, ter outros motes na vida, entender mais um pouco da sua existência, ter certeza que a sua passagem não pode ser em vão, que você tem um legado e um compromisso aqui. Essas tragédias me incentivaram a criar outras coisas para reverter isso”.