O ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul foi o maior desastre natural do estado nos últimos 40 anos. O sistema causou enchentes, destelhamento de casas, queda de árvores e quebra de pontes, em cerca de 79 municípios. Nesta quinta-feira (07), já havia 41 mortos, 46 desaparecidos e 10.500 pessoas desabrigadas.
Entre os desaparecidos, estão dois bebês, um de 3 meses e outro de 1 ano e nove meses, com a mãe. Eles estavam no telhado de casa e esperavam por socorro, quando foram arrastados pela correnteza. Em entrevista à RBS, o morador de Lajeado e pai das crianças, Miguel Bieleski, afirmou que ele não conseguiu segurar a família.
“Eu vou entrar [no rio] e vou achar o corpo da minha esposa e dos meus filhos. Se eles não acharem, eu vou achar. Nem que a minha vida dependa disso, porque pelo menos eu vou dar um enterro digno para eles”, disse Miguel.
Animais atingidos
Além de tantas pessoas afetadas pela tragédia, os animais também sofrem as consequências. Imagens que viralizaram nas redes sociais mostram porcos e uma vaca ilhados em um telhado, buscando proteção, além de diversos cachorros que foram resgatados.
Segundo equipes do GRAD (Grupo de Resgate de Animais em Desastres), que se desloca por todo o Brasil para auxiliar animais e tutores em tragédias naturais, estima-se que aproximadamente 500 animais tenham sido impactados, entre atingidos e resgatados.
Estado de calamidade pública
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), decretou estado de calamidade pública, nessa quarta-feira (06). Eduardo disse que encontrou um cenário “desolador” em sobrevoos e visitas a áreas afetadas: “Vou decretar estado de calamidade pública no estado. Estamos trabalhando a favor dessa população que está sofrendo muito nesse momento”, afirmou o governador, durante entrevista coletiva.
Com o decreto, as cidades estão aptas a solicitar recursos federais para assistência à população, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura e moradias atingidas pelo ciclone.