Diante da dificuldade de atingir metas de vacinação, agentes de saúde farão busca casa por casa crianças não imunizadas contra o sarampo e a poliomielite na cidade de São Paulo.
A ação faz parte de uma série de medidas planejadas pela prefeitura, às quais a Folha de S.Paulo teve acesso, que incluem ainda a vacinação em escolas municipais, a instalação de um posto volante de imunização na Avenida Paulista e a realização de um novo “Dia D” neste sábado, com todas as unidades básicas abertas para isso.
As iniciativas são voltadas apenas às crianças de um a cinco anos, alvos da atual campanha nacional contra as duas doenças, que vai até o dia 31 de agosto.
A meta de vacinação é de 95% desse público, mas, de acordo com o balanço mais recente, só cerca de 50% das crianças dessa faixa etária estavam protegidas contra os dois vírus na capital.
Para elevar esses índices, desde o início do mês, as escolas municipais têm pedido as carteiras de vacinação.
A partir da semana que vem, os alunos que estiverem com o registro incompleto poderão ser imunizados por equipes de saúde que irão às unidades educacionais, se houver autorização dos pais.
Já a busca ativa de crianças não vacinadas ocorrerá neste sábado. Os agentes passarão de residência em residência para explicar a importância da vacinação e dar orientações sobre o tema.
A partir das informações, caberá às famílias levar os filhos na unidade de saúde mais próxima para protegê-los das duas doenças.
BAIXA PROCURA
Outras cidades e estados têm enfrentado dificuldades também para atingir as metas de proteção contra as doenças.
Balanço divulgado no último fim de semana pelo Ministério da Saúde apontou que cerca de 4,5 milhões de crianças haviam sido vacinadas desde o início do mês contra sarampo e poliomielite. Apesar do avanço nos índices, o total ainda equivalia a apenas 40% do público-alvo da campanha nacional, iniciada em 6 de agosto.
A imunização nacional visa evitar uma reintrodução da paralisia infantil no país (que não é registrada desde 1989, mas tem baixos índices de vacinação) e novo avanço do sarampo, para além dos estados do Norte que lidam com o surto.
VACINAÇÃO
Neste ano, a campanha de vacinação é “indiscriminada” -ou seja , mesmo crianças que já foram vacinadas no passado devem receber novas doses.Durante a campanha, a aplicação das doses tem esquemas diferentes dependendo da situação vacinal de cada criança. Crianças que nunca tomaram nenhuma dose de vacina contra a pólio, por exemplo, devem receber uma dose da VIP (vacina injetável). Já aquelas que já tiverem tomado uma ou mais doses recebem a VOP (vacina oral), conhecida como gotinha.
Contra o sarampo, a campanha prevê que todas as crianças recebam uma dose da vacina tríplice viral. A exceção são aquelas que já foram vacinadas nos últimos 30 dias.
Segundo as secretarias de saúde, a vacina é contraindicada apenas para crianças imunodeprimidas, como aquelas submetidas a tratamento de leucemia e pacientes de câncer. Já crianças alérgicas a lactoalbumina, presente no leite de vaca, devem informar o quadro às equipes de saúde. Neste caso, elas recebem outra vacina.