O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), usou uma referência da ginástica olímpica para se referir à abertura de inquérito pelo Ministério Público para apurar as condições do viaduto na marginal Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, que cedeu há duas semanas.
“Responsabilizar uma administração que está há oito meses [no poder] em relação à manutenção de um viaduto que tem 40 anos é uma dificuldade argumentativa mais difícil do que [fazer] um duplo twist carpado”.
A gestão atual teve início em janeiro de 2017, com João Doria (PSDB) prefeito e Covas como o seu vice. Em abril passado, Doria deixou o cargo antes do final do mandato para disputar e vencer as eleições ao Governo de São Paulo.
Na segunda-feira, o Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito para apurar a responsabilidade da Prefeitura de São Paulo em relação ao viaduto que cedeu no dia 15 de novembro na pista expressa da marginal Pinheiros, na zona oeste da cidade. O incidente provocou a interdição da via e tem causado longas filas pela região.
São alvos do inquérito o prefeito, o secretário municipal de Serviços e Obras, Vitor Aly, o ex-secretário da pasta Marcos Penido, a construtora Norberto Odebrecht e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
O promotor Marcelo Milani questiona o motivo de a gestão ter aplicado apenas 5% do orçamento previsto para a conservação e manutenção de viadutos e pontes na capital paulista. Ao longo do ano estavam previstos R$ 44,7 milhões para a manutenção dessas estruturas, mas até o momento foram gastos R$ 2,4 milhões.
Covas disse que a gestão discutia há um ano com o Tribunal de Contas do Município a melhor forma de estabelecer o contrato da empresa que faria os laudos estruturais. “O TCM sugeriu escolher [a empresa] pelo menos preço. Nós queríamos menos preço e técnica”, disse. “Estranho seria se eu usasse os R$ 44 milhões sem contrato”.