A Guarda Municipal foi contatada pelo casal que recebeu a encomenda e procurou ajuda após ler o bilhete
A Polícia Civil de Chapecó (SC) investiga uma acusação de assédio sexual envolvendo uma funcionária de uma lanchonete, de 19 anos, e o dono do estabelecimento. O caso surgiu após a jovem enviar um bilhete pedindo socorro junto com um pedido de lanche por delivery.
A Guarda Municipal foi contatada pelo casal que recebeu a encomenda e procurou ajuda após ler o bilhete.
“Por favor, chame a polícia nesse endereço. Meu chefe está me assediando e está tentando me drogar. Sou cozinheira. Por favor, não é brincadeira”, escreveu a jovem no guardanapo.
Diante da informação, a Guarda Municipal se deslocou até a loja, com o bilhete, para realizar contato com o proprietário e a vítima.
Em conversa com os GMs, a funcionária relatou que seu chefe havia oferecido cocaína e que teria passado a mão em suas pernas e pescoço. Posteriormente, ele voltou a oferecer a droga e mais R$ 150 e agarrou a vítima, tentando levá-la para seu quarto.
Ainda segundo relato da cozinheira, o homem novamente ofereceu cocaína e, com a recusa, deu um copo de vinho com refrigerante, sendo que ele havia colocado um produto branco dentro do copo.
Diante de toda a situação, a vítima resolveu escrever o bilhete pedindo socorro e colocou dentro do pacote de um pedido que seria entregue a um cliente.
No local, a Guarda Municipal localizou duas porções de cocaína. O homem e a funcionária foram conduzidos até a Central de Plantão Policial, onde um boletim de ocorrência foi registrado. Nenhuma prisão foi efetuada.
Em nota, a Polícia Civil, por meio da 12ª Delegacia Regional de Polícia da Fronteira de Chapecó, afirmou que foi apresentada ocorrência “versando sobre possível crime de assédio sexual”.
“No decorrer das oitivas, o delegado de polícia plantonista verificou que os fatos narrados teriam ocorrido, segundo a própria vítima, nos dias 26 e 27/5, e que, na data da condução dos envolvidos em razão do bilhete enviado, não se constatou a ocorrência de novos fatos que pudessem caracterizar a situação flagrancial, tal como o crime de ameaça, cárcere privado, assédio, dentre outros”, escreveu, em nota à reportagem.
“A situação apresentada na madrugada do dia 29/5/2021 não configurava nenhuma das hipóteses do art. 302 do código de processo penal. Não obstante, a Polícia Civil tomou todas as providências cabíveis no momento, colhendo oitivas de todos os envolvidos, bem como procedeu à apreensão de objetos de interesse da investigação”, completou.
A polícia ainda disse que as investigações vão seguir em inquérito policial no intuito de obter outros elementos que possam ajudar no total esclarecimento do ocorrido, e que não vai se manifestar até a conclusão dos procedimentos “visando a resguardar o sigilo das investigações e completa elucidação dos fatos”.