Os acidentes em todos os tipos de transportes deixaram 479.857 vítimas no Brasil entre 2007 e 2018, segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), em parceria com a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe). O número inclui pedestres, condutores e passageiros de todos os tipos de transportes rodoviários, ferroviários, aquaviários e aéreos.
Incluindo fatores como indenizações e tratamentos médicos, o Ipea estima que o custo socioeconômico desses acidentes chegou a R$ 1,5 trilhão nos 12 anos pesquisados.
“Um valor que consumiu o equivalente a quase duas vezes a redução de gastos esperada com a reforma da Previdência”, compara a pesquisa. Ao longo do período analisado, e o custo chega a R$ 132 bilhões por ano.
O estudo mostra que, em 2017, o Brasil era o terceiro país do mundo com maior número de mortes no trânsito, com 38.651 ocorrências. Apenas a India com 150.785 mortes e China, com 58.022, contabilizaram mais vítimas naquele ano. Os Estados Unidos, cuja população supera a do Brasil em mais de 100 milhões de pessoas, registrou cerca de 35 mil vítimas.
Quando analisada a incidência de mortes por 100 mil habitantes, o Brasil fica em nono lugar na América Latina, com 19,7 mil vítimas para cada 100 mil habitantes – os dados são de 2007.
Entre os destaques observados pelos pesquisadores está o crescimento de mortes associadas às motocicletas, que, desde 2009, superam as ocasionadas em acidentes com automóveis. Um dos fatores para esse aumento foi a expansão da frota de motos, que cresceu mais que a população em todas as regiões brasileiras e chegou a registrar incremento de mais de 200% nas regiões Norte e Nordeste, entre 2007 e 2019.
Em 2018, o país registrou 11.136 vítimas em acidentes com motos, enquanto os com automóveis causaram 7.171 óbitos. Houve ainda 5.832 pedestres mortos.